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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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FIEL ESCUDEIRO

Geninho sonha em ver lateral virar artilheiro, mas atleta prefere caprichar nas assistências

Kléber rejeita "emprego" de goleador

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao ver Kléber desencantar e marcar o seu primeiro gol em 2003, contra o Vasco, Geninho fez planos para transformar o pupilo em um novo goleador.
Seu sonho é ver o corintiano balançar as redes tanto quanto Mancini, lateral-direito que ele orientou no Atlético-MG no Brasileiro do ano passado.
O atleticano marcou 15 vezes e ficou entre os cinco principais goleadores da competição.
Mas essa história não anima Kléber, único titular corintiano, sem contar Doni, que ainda não havia marcado neste ano. Ele não quer mudanças radicais em seu estilo de jogo e descarta os planos traçados pelo treinador.
"Não tenho a preocupação de fazer gols. Prefiro ajudar o time, fazer assistências", disse.
O futebol solidário do lateral-esquerdo não é só da boca para fora. Ele é o corintiano que mais faz assistências, ao lado de Jorge Wagner, com a média de uma por jogo, segundo o Datafolha. O lateral-direito da equipe, Rogério, tem média de 0,3.
Kléber é ainda o atleta mais acionado do time, com 47 bolas recebidas. Mas só faz 1,5 finalização por partida.
"Ele precisa fazer mais gols, cobro isso do Kléber porque ele tem qualidade para marcar mais vezes", disse Geninho.
Os apelos do treinador não convencem o lateral. "Ele quer que eu faça mais gols por causa do bom trabalho feito com o Mancini. Mas o Atlético jogava com três zagueiros e o lateral podia avançar mais. Aqui não é assim", lembrou Kléber.
No ano passado, o corintiano fez só dois gols em 65 jogos. Como profissional, desde 1998, foram apenas nove tentos.
Apesar de dizer que não se interessa em fazer gols, Kléber desabafou após marcar contra o Vasco. "Eu era pressionado, os jornalistas sempre me diziam que eu não tinha marcado. Agora, todos vão ter de esperar mais um ano para falar."
Ele também reclama que seus passes, cruzamentos e assistências não são valorizados nem pelos torcedores do clube. Por isso, algumas vezes deseja que estivesse praticando outro esporte.
"No futebol é assim mesmo, as pessoas só dão valor aos atletas que fazem gols. Se eu fosse jogador de basquete, seria muito mais valorizado." (RP)


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