São Paulo, terça, 20 de maio de 1997.



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BASQUETE NO MUNDO
Tubarões

MELCHIADES FILHO

"A Vez dos Dinossauros." Foi esta a manchete do caderno especial que a Folha publicou em 31 de outubro, apresentando a temporada da NBA. Na mosca.
A liga norte-americana pode até tentar vender a imagem da renovação, de juventude. Mas na hora do "vamos ver", vale a mandíbula dos experientes.
Confira a idade média das quatro equipes que permanecem na busca pelo título: 30,1.
Compare então com a média dos eliminados na última rodada do mata-mata: 28,5.
Chicago, Houston e Utah, garantidos, estão entre os quatro times mais velhos dos playoffs.
O quarto? O New York Knicks, que, dizimado por suspensões, acabou desclassificado pelo Miami Heat num acidente de percurso (tapetão, para seus torcedores mais fanáticos; com justiça, levando-se ao pé da letra o código disciplinar da liga).
Na disputa pelo troféu de melhor jogador do ano, de novo pesou a bagagem. Karl Malone, 33, abocanhou a taça; Michael Jordan, 34, foi o vice.
O torcedor que acompanhou a etapa classificatória tem o direito de se sentir confuso, ou até mesmo frustrado.
Afinal, mais de mil jogos acabam pouco importando nesse momento que "separa os homens dos meninos", como define o cestinha Jordan.
Onde anda Grant Hill? Em casa. E os gatilhos rápidos do Charlotte, recordistas dos tiros de três pontos? Na frente da TV, suponho. Onde estão os rapazes dos Lakers? Por aí, aguardando a próxima oportunidade.
Paciência, é assim mesmo. O mata-mata tende a apagar todas as surpresas, todas as explosões da primeira fase.
O próprio jogo muda, fica truncado. Pelas minhas contas, nestes playoffs o número de faltas cresceu quase 15% e o total de pontos caiu em 10%.
Dessa carnificina só saem inteiros os verdadeiros tubarões. Jordan, Malone, Barkley, Stockton, Pippen, Olajuwon são alguns de seus nomes.



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