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BASQUETE NO MUNDO
Tubarões
MELCHIADES FILHO
"A Vez dos Dinossauros." Foi
esta a manchete do caderno especial que a Folha publicou em
31 de outubro, apresentando a
temporada da NBA. Na mosca.
A liga norte-americana pode
até tentar vender a imagem da
renovação, de juventude. Mas
na hora do "vamos ver", vale a
mandíbula dos experientes.
Confira a idade média das
quatro equipes que permanecem na busca pelo título: 30,1.
Compare então com a média
dos eliminados na última rodada do mata-mata: 28,5.
Chicago, Houston e Utah, garantidos, estão entre os quatro
times mais velhos dos playoffs.
O quarto? O New York Knicks,
que, dizimado por suspensões,
acabou desclassificado pelo
Miami Heat num acidente de
percurso (tapetão, para seus
torcedores mais fanáticos; com
justiça, levando-se ao pé da letra o código disciplinar da liga).
Na disputa pelo troféu de melhor jogador do ano, de novo
pesou a bagagem. Karl Malone,
33, abocanhou a taça; Michael
Jordan, 34, foi o vice.
O torcedor que acompanhou
a etapa classificatória tem o direito de se sentir confuso, ou até
mesmo frustrado.
Afinal, mais de mil jogos acabam pouco importando nesse
momento que "separa os homens dos meninos", como define o cestinha Jordan.
Onde anda Grant Hill? Em
casa. E os gatilhos rápidos do
Charlotte, recordistas dos tiros
de três pontos? Na frente da TV,
suponho. Onde estão os rapazes
dos Lakers? Por aí, aguardando
a próxima oportunidade.
Paciência, é assim mesmo. O
mata-mata tende a apagar todas as surpresas, todas as explosões da primeira fase.
O próprio jogo muda, fica
truncado. Pelas minhas contas,
nestes playoffs o número de faltas cresceu quase 15% e o total
de pontos caiu em 10%.
Dessa carnificina só saem inteiros os verdadeiros tubarões.
Jordan, Malone, Barkley, Stockton, Pippen, Olajuwon são alguns de seus nomes.
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