São Paulo, sábado, 20 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMOBILISMO
Piloto é assediado
Villeneuve passa a ditar o futuro da F-1

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING

A F-1 corre amanhã apenas a sexta de suas 17 etapas, mas o canadense Jacques Villeneuve, da BAR, herdou ontem, em Nurburgring, uma condição que em 1999 pertencia a Rubens Barrichello.
Em uma sexta-feira fria e chuvosa, a categoria se trancou nos motorhomes, ambiente propício para a proliferação de rumores.
Resultado das conversas: o canadense, campeão mundial de 97, tornou-se a "bola da vez" na categoria. Com convites de quatro equipes para 2001, tem o poder de detonar o processo de transferências entre pilotos e escuderias.
Assim como aconteceu com Barrichello, que acabaria assinando com a Ferrari, todas as equipes aguardam uma posição de Villeneuve para decidir o que fazer. O piloto tem convites da Benetton, Jaguar e McLaren, além da BAR.
São dois os motivos para o assédio. Primeiro, a falta de bons pilotos no mercado, já que quase todos têm contratos longos.
É cada vez mais difícil encontrar um bom piloto com "passe livre", principalmente um ex-campeão. E o contrato do canadense com a BAR termina ao fim do ano.
O segundo é a boa fase pela qual passa o piloto. Com um carro ruim, Villeneuve já marcou cinco pontos neste ano. Nas largadas dos GPs, vem impressionando. Para chegar a uma decisão, Villeneuve necessariamente terá que optar pelo dinheiro ou pela competitividade. A Jaguar, equipe de propriedade da Ford, teria oferecido o melhor contrato do ponto de vista financeiro. Já a McLaren dispõe, há três anos, do melhor carro da categoria. Pelo menos nesse início de disputa, Benetton e BAR saem em desvantagem.
Se Villeneuve acertar com a McLaren, David Coulthard deve ir para a BAR, que já está até conversando com o escocês. Os times fariam um troca-troca simples.
Caso vá para a Jaguar, ocupar a vaga aberta pela aposentadoria de Johnny Herbert, a opção da McLaren deve ser Heinz-Harald Frentzen. Hoje, o piloto alemão é objeto de desejo da Mercedes-Benz, dona de 40% da equipe.
Em todas as situação, há pilotos brasileiros envolvidos. Um eventual acerto de Villeneuve com a BAR seria ruim para Ricardo Zonta, já que a equipe dificilmente manteria os dois para 2001.
Luciano Burti e Antonio Pizzonia, no entanto, seriam beneficiados. Os dois pleiteiam vagas na F-1, respectivamente na Jaguar e na Benetton, no ano que vem.
Para Zonta, a melhor opção seria a contratação de Villeneuve pela Benetton. O brasileiro ganharia força na BAR e poderia esperar por um acerto entre Frentzen e a McLaren para tentar uma transferência para a Jordan.
Como é costume na F-1, pouca gente fala sobre o assunto no paddock. Centro das atenções, Villeneuve, avesso aos holofotes, já afirmou que a onda de rumores não dura muito. E já marcou até data para anunciar seu futuro: o GP de Mônaco, em duas semanas.


Texto Anterior: McGwire supera mais uma marca
Próximo Texto: Novato surpreende nos treinos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.