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Greves e manifestações na Coréia
ameaçam tornar Copa um caos
DO ENVIADO A SEUL
Aconteceu o que o governo sul-coreano mais temia: às portas da
Copa, vê-se ameaçado por diversos sindicatos trabalhistas, que
prometem greves que fariam do
Mundial um pesadelo para o país.
O que pode parar não é nada desimportante: transporte público,
hospitais, hotéis e bancos.
A semana começa sob tensão. A
KCTU, uma das duas maiores associações sindicais do país, põe
em marcha um plano que inclui
protestos solitários diante de representações de todos os países
que disputam a Copa.
Para arrepio dos organizadores
do Mundial, já divulgaram até um
calendário de tumulto.
Amanhã, pretendem chamar a
atenção colocando alguns trabalhadores sentados por tempo indefinido no centro de Seul.
Para quarta-feira, está marcado
o início de greves nos setores metalúrgico e químico.
Até o final da semana, juntariam-se a eles taxistas e trabalhadores do setor de turismo e de seguros de saúde. Para o domingo, a
associação agendou uma passeata
pelas ruas de Seul.
Os sindicatos sul-coreanos repetem, assim, uma estratégia bastante explorada pelos trabalhadores franceses há quatro anos, a de
utilizar a Copa como instrumento
de pressão nas negociações.
O governo chegou a anunciar ao
mundo, com estardalhaço, acordos fechados com alguns sindicatos para evitar as greves durante o
Mundial. Só que não eram exatamente os sindicatos mais fortes.
No mundo real, o que aconteceu foi que na sexta-feira tanto o
presidente quanto o primeiro-ministro sul-coreanos tiveram de
sair em busca de algum acerto.
Tudo isso em meio a um duelo
de propaganda que divide a mídia
do país. Dos jornais em inglês, o
Korea Herald apóia as greves, enquanto o Korea Times critica os
movimentos.
(ROBERTO DIAS)
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