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NATAÇÃO
Laura Azevedo diz que tomou remédio para suspender menstruação
Doping com três esteróides tira 1ª brasileira do Pan-03
ADALBERTO LEISTER FILHO
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Olímpico Brasileiro
divulgou ontem o primeiro caso
de doping entre atletas classificados para o Pan. Laura Azevedo,
21, que faria parte da equipe do revezamento 4 x 100 m medley (nadaria borboleta), está fora da
competição em Santo Domingo.
A velocista teve exame positivo
para três substâncias -estanozolol, nortestosterona e metiltestosterona- durante o Troféu Brasil,
disputado no início do mês, no
Rio. As drogas são esteróides anabólicos, substâncias que aumentam a potência muscular.
Laura será julgada pelo TJD da
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. "Fomos pegos
de surpresa. Comuniquei à atleta
o resultado e a suspendi provisoriamente", contou Coaracy Nunes, presidente da CBDA.
Para o lugar da atleta pega no
doping, a confederação já convocou a nadadora Ivi Monteiro, do
Vasco, para representar o país.
Segundo Laura, o exame positivo foi resultado de um remédio
que havia tomado para brecar seu
ciclo menstrual. "Tinha um problema sério. Chegava a desmaiar
de dor por causa das constantes
cólicas. Então resolvi procurar
um médico para me tratar", disse
Laura à Folha, por telefone, de
Coral Springs (EUA), onde treina.
Para aliviar os sintomas, a nadadora recebeu orientação de um
especialista e tomou um remédio
de nome Onplanon. A medicação, segundo a atleta, faria com
que sua menstruação fosse interrompida por quase três anos.
"Descobri que as substâncias
proibidas que apareceram no antidoping estão nesse remédio.
Não sabia de nada. E isso não mudou meu desempenho. Nem fiz
meus melhores tempos no Troféu
Brasil", lamentou a nadadora.
Laura soube da notícia na manhã de ontem e já arquitetou um
contragolpe. Seu pai vai hoje até a
sede da CBDA, no Rio, acompanhado de um advogado para tentar reverter a suspensão.
"Remédios anticoncepcionais
não são proibidos. Os responsáveis pelo exame deveriam ter me
consultado. Quero recuperar minha vaga e limpar minha imagem", afirmou Laura.
O diretor médico da CBDA,
Marcos Bernhoefit, porém, acredita que a dosagem de esteróides
detectada no teste não pode ser
explicada apenas com a alegação
de um tratamento menstrual.
"Em hipótese alguma um remédio para menstruação geraria o
aparecimento de três esteróides. E
ela não avisou que estava tomando essa medicação", afirmou.
Na semana passada, o COB havia divulgado o primeiro caso de
doping de 2003 em exame feito
sob sua responsabilidade.
O pugilista Pedro Otas, que não
iria ao Pan, foi pego com alteração
na relação de epistosterona-testorona e presença de nandrolona,
ambos encontrados também em
esteróides anabólicos.
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