São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2001

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VÔLEI

Só líbero Escadinha está entre os cinco melhores nas estatísticas individuais

Melhor time na Liga, Brasil não emplaca nos rankings

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo tendo a melhor campanha da primeira fase da Liga Mundial (11 vitórias e apenas uma derrota), ao contrário de edições anteriores o Brasil tem apenas um de seus jogadores entre os cinco melhores nos rankings individuais da competição.
O líbero Escadinha é o quarto defensor mais eficiente da primeira fase, com 97 defesas. O jogador também aparece com o oitavo melhor desempenho na recepção -57,2% de aproveitamento.
As estatísticas feitas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) levam em conta o desempenho dos atletas na primeira fase da Liga, encerrada domingo.
Na edição do ano passado, quando fez campanha modesta na primeira fase (oito vitórias e quatro derrotas), a seleção brasileira tinha três jogadores como destaques dos rankings individuais feitos pela FIVB.
Max era o segundo melhor sacador e o quarto maior pontuador da Liga. Dante ocupava a terceira posição na lista de atacantes, e Maurício se destacava como o terceiro melhor levantador.
Em 1999, como na edição atual, o Brasil também ficou em primeiro lugar no seu grupo, mas conseguiu dez vitórias e duas derrotas.
Com campanha semelhante à desse ano, o número de atletas com destaque nos rankings era maior: quatro. Giba era o quinto maior pontuador e o terceiro melhor atacante. Nalbert se destacava no ataque (quarto lugar), e Douglas e Gustavo ocupavam a terceira e quarta posições, respectivamente, no bloqueio.
Este ano, os jogadores brasileiros não conseguiram o mesmo destaque individualmente.
O oposto André Nascimento, uma das maiores apostas do técnico Bernardinho, é o só 14º maior pontuador (155 pontos) e o 15º (48,6%) melhor atacante da primeira fase Liga Mundial.
Gustavo tem o melhor saque da seleção e está em oitavo nas estatísticas (17 pontos). O meio-de-rede também é o sexto atleta mais eficiente no bloqueio (35 pontos).
O levantador Maurício tem o 12º melhor desempenho do torneio em sua posição (54,7%).
"Não olho para essas estatísticas individuais. Claro que gostaria que todos os meus jogadores fossem premiados, mas o que avalio é o desempenho da equipe", disse o técnico Bernardinho.
Para ele, os números são reflexo do estilo de jogo da seleção.
"Não adianta ter um jogador apenas que se destaca e o resto da equipe vai mal. As estatísticas mostram que a distribuição do nosso jogo é homogênea. Isso nos dá até certa vantagem", avaliou.
Curiosamente, os maiores destaques individuais da seleção são em fundamentos da defesa, setor que Bernardinho tem apontado como o mais deficiente da equipe -Gustavo tem o sexto melhor bloqueio, e Escadinha, a quarta melhor defesa e a oitava recepção.
"É normal que o Escadinha se destaque mais, já que ele está envolvido em todas as jogadas de fundo de quadra. Mas isso mostra, mais uma vez, que não adianta um se destacar e a equipe não estar bem, como acontece na defesa", afirmou o treinador.
Se para Bernardinho as estatísticas individuais da Liga não são tão importantes, o mesmo não se pode dizer para os jogadores.
"É impossível o time com melhor campanha da Liga não ter jogadores entre os melhores. De repente, as estatísticas não estão sendo bem feitas", disse Nalbert.
"A resposta, se é que existe, é que o conjunto do time está funcionando. Mas continuo achando estranho não haver destaques", completou o ponta brasileiro.


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