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São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

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BOXE

Legado de Lewis

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O campeão Lennox Lewis, 37, é um dos maiores pesos-pesados de todos os tempos?", foi a questão que me fizeram durante a semana.
Certamente o britânico passou a ser o peso-pesado dominante do período após ter vencido Evander "Real Deal" Holyfield, e seu currículo traz nomes impressionantes.
Além de Holyfield, Lewis também venceu os campeões (ou ex-campeões) "Iron" Mike Tyson, Hasim "The Rock" Rahman, Frans "White Buffalo" Botha, Shannon Briggs (pelo título linear), Oliver "Atomic Bull" McCall, Frank Bruno e Tony "TNT" Tucker. Também derrotou pugilistas perigosos como David Tua, Michael Grant, que era apontado como seu sucessor, Andrew Golota, "Razor" Ruddock, Henry Akinwande, "Merciless" Ray Mercer e a "esperança branca" Tommy Morrison.
Por causa da forma discreta como Lewis se comporta dentro e fora dos ringues, às vezes é fácil esquecer que ele bateu tanta gente boa. Pode parecer injusto, mas até os nocautes de Lewis não parecem tão impressionantes como aqueles de Tyson, por exemplo.
Esses fatores, aliados ao fato de não ser dos Estados Unidos, o maior mercado do boxe, prejudicam sua popularidade.
Mas Lewis também tem culpa pelo fato de não ter o reconhecimento que alguém com tantos nomes conhecidos no cartel deveria ter. Quer dizer, alguém consegue imaginar Muhammad Ali, Joe Louis, Larry Holmes, Jack Dempsey perdendo por nocaute para pugilistas medíocres como McCall ou Rahman?
Na verdade, a posição de Lewis na lista dos campeões dos pesos-pesados ficará mais clara só daqui a algum tempo, quando ele já estiver aposentado e pudermos analisar sua carreira como um todo. Mas, como já disse acima, um cartel (40 vitórias, 31 nocautes, 2 derrotas e 1 empate) com tantos nomes importantes como é o seu caso não pode ser ignorado.
Enquanto isso, amanhã será uma boa chance para conferir aquela que deve ser uma das últimas lutas de Lewis, que defende o cinturão do Conselho Mundial de Boxe contra o ucraniano Vitali Klitshko em Los Angeles (o combate será exibido em pay-per-view ao vivo para o Brasil pelo canal Premiere, a partir das 22h).
Ironicamente, o seu rival é metade da dupla de irmãos (ao lado de Wladimir) que era tida como o futuro dos pesos-pesados.
E por que não? Ambos têm as qualidades necessárias para fazer sucesso com o público: são bem articulados, têm pegada e são brancos. Mas, aparentemente, falta um ingrediente em ambos. Você adivinha qual é?
Vitali perdeu o título da OMB para o americano Chris Byrd, conhecido pela falta de pegada. Com a luta praticamente vencida por pontos, e precisando só ficar de pé para ganhá-la, Vitali simplesmente desistiu nos assaltos finais por causa de uma contusão em um dos braços.
Já seu irmão, Wladimir, foi derrotado por nocaute pelo rotineiro perdedor Ross Purity e, mais recentemente, por Corrie Sanders, que saiu da semi-aposentadoria para enfrentá-lo.

Brasil 1
O "quartel-general" da luta de Popó em 9 de agosto, em Miami (EUA), onde ficarão os pugilistas, já foi selecionado. É o Marriott Biscayne Bay Hotel. O hotel dá desconto especial para quem for assistir ao combate. Para isso, é preciso ligar para 00/xx/1/880/228-9290 e pedir informações sobre "Boxing/Fight rate" (tarifa da luta de boxe).

Brasil 2
O meio-médio-ligeiro Kelson Pinto, o "artista dos nocautes", teve de se contentar com a segunda vitória por pontos. O rival foi Emmanuel Augustus (27 vitórias, 21 derrotas e 5 empates), chamado à última hora para a luta. Apesar de o americano vir de duas derrotas, o combate serviu para dar mais experiência ao brasileiro, pois Augustus participou em 2001 da "luta do ano", ao perder para Micky Ward.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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