|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Legado de Lewis
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
"O campeão Lennox Lewis, 37, é um dos maiores
pesos-pesados de todos os tempos?", foi a questão que me fizeram durante a semana.
Certamente o britânico passou
a ser o peso-pesado dominante do
período após ter vencido Evander
"Real Deal" Holyfield, e seu currículo traz nomes impressionantes.
Além de Holyfield, Lewis também venceu os campeões (ou ex-campeões) "Iron" Mike Tyson,
Hasim "The Rock" Rahman,
Frans "White Buffalo" Botha,
Shannon Briggs (pelo título linear), Oliver "Atomic Bull"
McCall, Frank Bruno e Tony
"TNT" Tucker. Também derrotou pugilistas perigosos como David Tua, Michael Grant, que era
apontado como seu sucessor, Andrew Golota, "Razor" Ruddock,
Henry Akinwande, "Merciless"
Ray Mercer e a "esperança branca" Tommy Morrison.
Por causa da forma discreta como Lewis se comporta dentro e fora dos ringues, às vezes é fácil esquecer que ele bateu tanta gente
boa. Pode parecer injusto, mas
até os nocautes de Lewis não parecem tão impressionantes como
aqueles de Tyson, por exemplo.
Esses fatores, aliados ao fato de
não ser dos Estados Unidos, o
maior mercado do boxe, prejudicam sua popularidade.
Mas Lewis também tem culpa
pelo fato de não ter o reconhecimento que alguém com tantos
nomes conhecidos no cartel deveria ter. Quer dizer, alguém consegue imaginar Muhammad Ali,
Joe Louis, Larry Holmes, Jack
Dempsey perdendo por nocaute
para pugilistas medíocres como
McCall ou Rahman?
Na verdade, a posição de Lewis
na lista dos campeões dos pesos-pesados ficará mais clara só daqui a algum tempo, quando ele já
estiver aposentado e pudermos
analisar sua carreira como um
todo. Mas, como já disse acima,
um cartel (40 vitórias, 31 nocautes, 2 derrotas e 1 empate) com
tantos nomes importantes como é
o seu caso não pode ser ignorado.
Enquanto isso, amanhã será
uma boa chance para conferir
aquela que deve ser uma das últimas lutas de Lewis, que defende o
cinturão do Conselho Mundial de
Boxe contra o ucraniano Vitali
Klitshko em Los Angeles (o combate será exibido em pay-per-view ao vivo para o Brasil pelo canal Premiere, a partir das 22h).
Ironicamente, o seu rival é metade da dupla de irmãos (ao lado
de Wladimir) que era tida como o
futuro dos pesos-pesados.
E por que não? Ambos têm as
qualidades necessárias para fazer
sucesso com o público: são bem
articulados, têm pegada e são
brancos. Mas, aparentemente,
falta um ingrediente em ambos.
Você adivinha qual é?
Vitali perdeu o título da OMB
para o americano Chris Byrd, conhecido pela falta de pegada.
Com a luta praticamente vencida
por pontos, e precisando só ficar
de pé para ganhá-la, Vitali simplesmente desistiu nos assaltos finais por causa de uma contusão
em um dos braços.
Já seu irmão, Wladimir, foi derrotado por nocaute pelo rotineiro
perdedor Ross Purity e, mais recentemente, por Corrie Sanders,
que saiu da semi-aposentadoria
para enfrentá-lo.
Brasil 1
O "quartel-general" da luta de Popó em 9 de agosto, em Miami
(EUA), onde ficarão os pugilistas, já foi selecionado. É o Marriott Biscayne Bay Hotel. O hotel dá desconto especial para quem for assistir
ao combate. Para isso, é preciso ligar para 00/xx/1/880/228-9290 e pedir informações sobre "Boxing/Fight rate" (tarifa da luta de boxe).
Brasil 2
O meio-médio-ligeiro Kelson Pinto, o "artista dos nocautes", teve de
se contentar com a segunda vitória por pontos. O rival foi Emmanuel
Augustus (27 vitórias, 21 derrotas e 5 empates), chamado à última
hora para a luta. Apesar de o americano vir de duas derrotas, o combate serviu para dar mais experiência ao brasileiro, pois Augustus
participou em 2001 da "luta do ano", ao perder para Micky Ward.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Saiba mais: Ataque santista já faz história ao repetir 1962 Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: Repetições, repetições Índice
|