São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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Revanche não empolga Eriksson

Conhecedor do futebol brasileiro, sueco que perdeu do Brasil em 2002 considera empate bom

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Nenhum outro técnico desta Copa conhece tão bem o futebol do Brasil quanto Sven-Göran Eriksson, que hoje estará no banco de reservas da Costa do Marfim.
De Falcão a Elano, atletas brasileiros passaram nos último 25 anos pelas mãos do técnico sueco, que ficou a maior parte da carreira em Portugal, Itália e Inglaterra.
Na Roma, entre 1984 e 1987, Eriksson comandou Toninho Cerezo e Falcão.
Em seguida, no Benfica, trabalhou com Mozer, Ricardo Gomes, Aldair e Valdo.
Mas nenhum deles é tão próximo do treinador quanto Dunga. "Ele estava no Pisa. Eu treinava a Fiorentina e mandei contratá-lo", lembrou o sueco à Folha durante a semana, após uma entrevista coletiva em que derramou elogios ao hoje companheiro de profissão.
"Quando jogava, Dunga já era um treinador dentro de campo. Nesse sentido, ele e Falcão eram muito parecidos", declarou o sueco. "Tive o prazer de trabalhar com os dois, infelizmente não ao mesmo tempo. Eles eram líderes, inteligentes e, nesse sentido, muito parecidos."
As ligações com Dunga são mais amplas. Segundo o jornal inglês "The Independent", foi o técnico da seleção brasileira quem indicou a contratação de Elano pelo Manchester City quando o clube era treinado por Eriksson, há três temporadas.
Graças às indicações de Dunga, o City gastou 26 milhões de libras (quase R$ 70 milhões) em dois jogadores brasileiros. Além de Elano, que foi comparado a Ronaldinho pelo treinador, o ex- -corintiano Jô foi contratado.
Quando Eriksson caiu, foi substituído por Mark Hughes, que sem demora despachou Elano e Jô para o Galatasaray, da Turquia.
Tanto conhecimento do futebol brasileiro, porém, não ajudou o treinador sueco na Copa de 2002. À frente da seleção da Inglaterra, Eriksson sucumbiu ante o Brasil, graças a gols de Ronaldinho e Rivaldo. A seleção treinada por Luiz Felipe Scolari venceu por 2 a 1, de virada, nas quartas de final do Mundial da Coreia do Sul e do Japão.
Hoje, no banco da Costa do Marfim, Eriksson tem uma chance de revanche.
Já avisou, entretanto, que tentar a vitória contra o Brasil não está entre suas prioridades. "Um empate contra o Brasil é sempre um bom resultado", afirmou o treinador ontem, durante entrevista coletiva no estádio Soccer City. "Mas é claro que vamos tentar ganhar." (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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