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Revanche não empolga Eriksson
Conhecedor do futebol brasileiro, sueco que perdeu do Brasil em 2002 considera empate bom
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Nenhum outro técnico
desta Copa conhece tão bem
o futebol do Brasil quanto
Sven-Göran Eriksson, que
hoje estará no banco de reservas da Costa do Marfim.
De Falcão a Elano, atletas
brasileiros passaram nos último 25 anos pelas mãos do
técnico sueco, que ficou a
maior parte da carreira em
Portugal, Itália e Inglaterra.
Na Roma, entre 1984 e
1987, Eriksson comandou Toninho Cerezo e Falcão.
Em seguida, no Benfica,
trabalhou com Mozer, Ricardo Gomes, Aldair e Valdo.
Mas nenhum deles é tão
próximo do treinador quanto
Dunga. "Ele estava no Pisa.
Eu treinava a Fiorentina e
mandei contratá-lo", lembrou o sueco à Folha durante
a semana, após uma entrevista coletiva em que derramou elogios ao hoje companheiro de profissão.
"Quando jogava, Dunga já
era um treinador dentro de
campo. Nesse sentido, ele e
Falcão eram muito parecidos", declarou o sueco. "Tive
o prazer de trabalhar com os
dois, infelizmente não ao
mesmo tempo. Eles eram líderes, inteligentes e, nesse
sentido, muito parecidos."
As ligações com Dunga
são mais amplas. Segundo o
jornal inglês "The Independent", foi o técnico da seleção brasileira quem indicou
a contratação de Elano pelo
Manchester City quando o
clube era treinado por Eriksson, há três temporadas.
Graças às indicações de
Dunga, o City gastou 26 milhões de libras (quase R$ 70
milhões) em dois jogadores
brasileiros. Além de Elano,
que foi comparado a Ronaldinho pelo treinador, o ex-
-corintiano Jô foi contratado.
Quando Eriksson caiu, foi
substituído por Mark Hughes, que sem demora despachou Elano e Jô para o Galatasaray, da Turquia.
Tanto conhecimento do
futebol brasileiro, porém,
não ajudou o treinador sueco
na Copa de 2002. À frente da
seleção da Inglaterra, Eriksson sucumbiu ante o Brasil,
graças a gols de Ronaldinho
e Rivaldo. A seleção treinada
por Luiz Felipe Scolari venceu por 2 a 1, de virada, nas
quartas de final do Mundial
da Coreia do Sul e do Japão.
Hoje, no banco da Costa do
Marfim, Eriksson tem uma
chance de revanche.
Já avisou, entretanto, que
tentar a vitória contra o Brasil
não está entre suas prioridades. "Um empate contra o
Brasil é sempre um bom resultado", afirmou o treinador
ontem, durante entrevista
coletiva no estádio Soccer
City. "Mas é claro que vamos
tentar ganhar."
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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