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Simples, locais só têm cerveja
e vinho barato
DE JOHANNESBURGO
"Shebeens" são lugares
onde os fracos não têm
vez. Nada de caldinho de
feijão, pastel, bolinho de
bacalhau. "Shebeen" é para tomar cerveja ou, no
máximo, vinho vagabundo (a R$ 7 a garrafa).
É essa a única forma de
lazer da maioria dos sul-
-africanos, os que vivem
nas townships (favelas).
A decoração é simplória, o nome do local dificilmente estará na porta e
há uma grande chance de
que o estabelecimento
funcione de maneira clandestina, sem licença para
vender álcool.
De vez em quando, há
música no sistema de som,
mas a regra é ser pouco
mais do que um buraco para beber até cair, fumar
desbragadamente e falar
sobre futebol, política e
problemas da vida.
Homens negros e pobres são 90% da clientela.
São motoristas de lotação,
vendedores ambulantes,
seguranças privados e desempregados em geral,
sempre aparecendo após o
expediente, que, na África
do Sul, acaba cedo. Entre
as 17h e as 20h é o horário
de maior movimento.
A etiqueta é sentar em
qualquer lugar, mesmo ao
lado de desconhecidos,
puxar papo e pagar uma
garrafa de cerveja para a
mesa. Mulheres são raras,
mas as que aparecem em
geral são bem tratadas.
No Joyce's Inn, na quinta, havia duas. Bonnie, de
uns 40 anos, pede ao repórter que a ajude a achar
um namorado brasileiro.
Para um estrangeiro, a
recepção costuma ser amigável. Adesivos de "proibido entrar com arma de fogo" são comuns -e nem
sempre respeitados.
(FZ)
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