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"Morreremos com nossas ideias"
Astro da Espanha, Fernando Torres afirma que a equipe não abrirá mão de seu estilo na Copa
DO ENVIADO A POTCHEFSTROOM
Morrer, se preciso for. Mas
abrir mão das ideias, jamais.
Não era um poeta ou um
revolucionário a fazer esse
juramento, mas o atacante
Fernando Torres, maior astro
da maior decepção da Copa
até o momento, a Espanha.
Falando ontem à imprensa
pela primeira vez após a surpreendente derrota de 1 a 0
para a Suíça na estreia, o
atleta do inglês Liverpool
procurou mostrar tranquilidade e afirmou que nada muda para o segundo jogo, amanhã, contra Honduras.
"O importante é manter o
nosso estilo. Se morrermos,
morreremos com nossas
ideias. Não podemos fazer
coisas estranhas", afirmou.
Parte da imprensa espanhola interpretou o romantismo de Torres como teimosia e pediu detalhes. Ele explicou que não adianta ter
equipe cheia de estrelas (citou Xavi, Xabi Alonso e Fàbregas e, humildemente, fez
questão de não se mencionar) se a Espanha não mantiver a posse de bola.
"Precisamos da bola para
aproveitar as virtudes de nossos jogadores", declarou.
As entrevistas de Torres e
do zagueiro Albiol ontem, em
Potchefstroom, cidade a 150
km de Johannesburgo, foram
um exercício de tentar mostrar que o fiasco da estreia
não foi tão grande.
O reserva Albiol ressaltou
que a história das Copas do
Mundo conta com exemplos
de seleções que perderam na
estreia e chegaram à final.
"Tivemos um mau dia. Mas,
em três ou quatro dias, vem
outra partida e tudo muda."
E a Espanha, lembraram
Torres e Albiol, não está sozinha entre as favoritas que decepcionaram no início. "Isso
é o futebol. Por isso é tão bonito. Tudo pode acontecer",
frisou o primeiro.
O atacante, que acaba de
se recuperar de uma contusão, afirmou que está pronto
para começar jogando, mas
revelou que ainda não sabe
se estará entre os titulares do
técnico Vicente del Bosque.
"Se puder estar entre os 11
iniciais, será perfeito. Se não,
posso esperar", declarou.
A Espanha espera um jogo
duro contra Honduras e está
preparada para um adversário fechado e relutante em
atacar e abrir espaços.
"O importante é não cair
na ansiedade. Especialmente
se o gol não sair após alguns
minutos", afirmou Torres.
Gol que, num eco da famosa frase atribuída a Carlos Alberto Parreira, foi o detalhe
que faltou contra a Suíça.
"Tudo saiu do jeito que
queríamos naquele jogo,
com exceção do gol. Mas é assim no futebol. Se não marca,
não ganha", concluiu Torres.
Depois de enfrentar Honduras, os espanhóis, que integram o Grupo H, duelarão
com o Chile no jogo final da
primeira fase.
(FÁBIO ZANINI)
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