São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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"Morreremos com nossas ideias"

Astro da Espanha, Fernando Torres afirma que a equipe não abrirá mão de seu estilo na Copa

DO ENVIADO A POTCHEFSTROOM

Morrer, se preciso for. Mas abrir mão das ideias, jamais.
Não era um poeta ou um revolucionário a fazer esse juramento, mas o atacante Fernando Torres, maior astro da maior decepção da Copa até o momento, a Espanha.
Falando ontem à imprensa pela primeira vez após a surpreendente derrota de 1 a 0 para a Suíça na estreia, o atleta do inglês Liverpool procurou mostrar tranquilidade e afirmou que nada muda para o segundo jogo, amanhã, contra Honduras.
"O importante é manter o nosso estilo. Se morrermos, morreremos com nossas ideias. Não podemos fazer coisas estranhas", afirmou.
Parte da imprensa espanhola interpretou o romantismo de Torres como teimosia e pediu detalhes. Ele explicou que não adianta ter equipe cheia de estrelas (citou Xavi, Xabi Alonso e Fàbregas e, humildemente, fez questão de não se mencionar) se a Espanha não mantiver a posse de bola.
"Precisamos da bola para aproveitar as virtudes de nossos jogadores", declarou.
As entrevistas de Torres e do zagueiro Albiol ontem, em Potchefstroom, cidade a 150 km de Johannesburgo, foram um exercício de tentar mostrar que o fiasco da estreia não foi tão grande.
O reserva Albiol ressaltou que a história das Copas do Mundo conta com exemplos de seleções que perderam na estreia e chegaram à final. "Tivemos um mau dia. Mas, em três ou quatro dias, vem outra partida e tudo muda."
E a Espanha, lembraram Torres e Albiol, não está sozinha entre as favoritas que decepcionaram no início. "Isso é o futebol. Por isso é tão bonito. Tudo pode acontecer", frisou o primeiro.
O atacante, que acaba de se recuperar de uma contusão, afirmou que está pronto para começar jogando, mas revelou que ainda não sabe se estará entre os titulares do técnico Vicente del Bosque.
"Se puder estar entre os 11 iniciais, será perfeito. Se não, posso esperar", declarou.
A Espanha espera um jogo duro contra Honduras e está preparada para um adversário fechado e relutante em atacar e abrir espaços.
"O importante é não cair na ansiedade. Especialmente se o gol não sair após alguns minutos", afirmou Torres.
Gol que, num eco da famosa frase atribuída a Carlos Alberto Parreira, foi o detalhe que faltou contra a Suíça.
"Tudo saiu do jeito que queríamos naquele jogo, com exceção do gol. Mas é assim no futebol. Se não marca, não ganha", concluiu Torres.
Depois de enfrentar Honduras, os espanhóis, que integram o Grupo H, duelarão com o Chile no jogo final da primeira fase. (FÁBIO ZANINI)


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