São Paulo, Domingo, 20 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Técnico corintiano vê na final chance de fugir do estigma de eterno auxiliar de Luxemburgo
Oliveira quer firmar carreira solo

MAÉRCIO SANTAMARINA
PAULO COBOS

enviados especiais a Atibaia Mesmo com o cargo garantido pela diretoria corintiana até o Mundial de clubes, em janeiro do ano que vem, o técnico Oswaldo de Oliveira vê na decisão de hoje do Paulista, contra o Palmeiras, a oportunidade de sair de vez da ""sombra" de seu ex-chefe Wanderley Luxemburgo e se firmar na carreira solo de treinador.
Oliveira segue à risca o sistema de trabalho do ex-treinador do Corinthians, mas quer se livrar do estigma de pau-mandado de Luxemburgo, que o persegue desde a primeira vez em que foi indicado para substituir o atual treinador da seleção brasileira.
Ele assumiu o cargo no início de janeiro, foi substituído por Evaristo de Macedo no final de fevereiro e voltou a ser treinador já no final da primeira fase do Paulista, há cerca de um mês.
""O significado desse título é imensurável para a minha carreira, porque, no futebol, se vive de resultados. Será um orgasmo. Mas vou ficar muito mais contente pelo Corinthians do que por mim", afirmou o treinador.
Oliveira vive hoje uma situação parecida à do ex-técnico do Corinthians Eduardo Amorim em 1995, quando deixou de ser auxiliar do técnico Mário Sérgio para assumir o cargo de treinador e foi campeão paulista, em final disputada também contra o Palmeiras.
Depois do Corinthians, Amorim foi para o Atlético-MG, mas atualmente, não dirige nenhum time grande.
Para emplacar sua carreira solo, sem repetir os erros da primeira tentativa, Oswaldo de Oliveira recorreu aos trabalhos da psicóloga Suzy Fleury, que acompanha Luxemburgo na seleção.
Antes, a psicóloga voltava seu trabalho aos jogadores. Na segunda vez que Oliveira assumiu o Corinthians, ela passou a orientar a conduta do treinador, que não conseguia manter pulso firme com os atletas, devido ao seu temperamento ponderado.
""Estou ajudando mais o técnico desta vez", confirmou Suzy, que esteve presente anteontem, pela primeira vez na fase decisiva deste campeonato, no treino da equipe em Atibaia.
É a ela que o treinador recorre, por exemplo, quando enfrenta a indisciplina de algum jogador. Foi com ela que Oliveira aprendeu a gritar e ser agressivo nos treinos.
""O Oswaldo é a referência de alguém que leva a sério a preparação emocional. Ele está desenvolvendo o perfil do técnico de futebol da nova era", diz a psicóloga.
O atacante Edílson aprova a nova postura do técnico: ""Ele sabe ser rígido, ao mesmo tempo em que deixa os jogadores darem a sua opinião. Gosto disso".
""O resultado do trabalho está aí, nesta final", disse Marcelinho.


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