São Paulo, sábado, 20 de julho de 2002

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Entidade aceita redução do valor de transmissão do Brasileiro pela TV

C13 perde queda-de-braço

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O Clube dos 13 aceitou ontem a redução no valor do contrato de transmissão do Brasileiro, atendendo o pedido da Globo.
Pelo novo acordo, os clubes vão receber R$ 130 milhões. De acordo com o C13, entidade que reúne os principais times do país, inicialmente, o acertado era que a emissora pagaria R$ 228 milhões para exibir o torneio de 2002, que começa no dia 10 de agosto.
Em janeiro, as duas partes já haviam acertado uma redução no valor para R$ 188 milhões. Antes do início da Copa, nova redução, agora para R$ 150 milhões.
Na segunda-feira, em reunião realizada em São Paulo, a Globo explicou aos clubes que não poderia lhes pagar mais do que R$ 130 milhões. Eles não aceitaram e marcaram novo encontro para ontem, no Rio. Após cerca de quatro horas de discussões, os dirigentes acabaram concordando com a proposta da TV.
Como a emissora já adiantara R$ 72 milhões para os clubes em novembro do ano passado, só terá que lhes dar R$ 58 milhões.
Ficou definido, então, que, como forma de auxiliar as equipes, adiantará parte do dinheiro a ser pago pelo Campeonato Brasileiro de 2003. O adiantamento da emissora será de R$ 62 milhões. Serão seis parcelas de R$ 20 milhões, incluindo os R$ 58 milhões pelo torneio de 2002 e o adiantamento pela competição do ano que vem.
"O contrato foi horrível, mas foi o que nós conseguimos", lamentou o presidente do Flamengo, Gilberto Cardoso Filho.
Por causa da crise financeira no futebol mundial, a Globo decidiu rever todos os seus contratos de transmissão com os clubes brasileiros. A emissora não queria mais usar o dólar como indexador, alteração com a qual os clubes também não aceitavam.
Pelo Brasileiro do ano que vem, a emissora deve pagar R$ 150 milhões, mas ainda não está descartada a hipótese de serem mantidos os atuais R$ 130 milhões corrigidos pelo IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado).
Para 2004 e 2005, no entanto, a Globo, cujo contrato com o C13 vai até 2005, ficou de voltar a usar o dólar como base para o cálculo do pagamento das cotas.
O encontro de ontem nas Laranjeiras foi muito tumultuado. O Clube dos 13 chegou a anunciar que acertara a redução para R$ 130 milhões, entretanto, pouco depois, a diretoria do Cruzeiro desmentiu a informação.
Ela afirmava que não haveria como aceitar o novo valor, pois o clube mineiro já firmou uma série de compromissos e contava com o pagamento de pelo menos R$ 150 milhões.
"Como o contrato era muito complexo, a decisão demorou a sair", contemporizou o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.
Na reunião de ontem, o calendário de 2003 proposto pela Globo não foi discutido.
A emissora tem uma proposta de realizar o Brasileiro do ano que vem em turno e returno com pontos corridos durante oito meses. Sobrariam apenas dez datas para os torneios estaduais ou regionais, que ficariam enfraquecidos.
"Um campeonato disputado dessa forma seria o ideal, mas ainda não tocamos no assunto. Isso é uma visão pessoal, não dos clubes", afirmou Koff, que chegou a encomendar um estudo, há cerca de dois anos, em que defendia proposta semelhante à da Globo.
As federações de São Paulo e do Rio de Janeiro já anunciaram que são radicalmente contra o novo calendário e querem colocá-lo em votação -e derrubá-lo- em Assembléia Geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).


Colaborou João Carlos Assumpção, da Reportagem Local


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