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Entidade aceita redução do valor de transmissão do Brasileiro pela TV
C13 perde queda-de-braço
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O Clube dos 13 aceitou ontem a
redução no valor do contrato de
transmissão do Brasileiro, atendendo o pedido da Globo.
Pelo novo acordo, os clubes vão
receber R$ 130 milhões. De acordo com o C13, entidade que reúne
os principais times do país, inicialmente, o acertado era que a
emissora pagaria R$ 228 milhões
para exibir o torneio de 2002, que
começa no dia 10 de agosto.
Em janeiro, as duas partes já haviam acertado uma redução no
valor para R$ 188 milhões. Antes
do início da Copa, nova redução,
agora para R$ 150 milhões.
Na segunda-feira, em reunião
realizada em São Paulo, a Globo
explicou aos clubes que não poderia lhes pagar mais do que R$ 130
milhões. Eles não aceitaram e
marcaram novo encontro para
ontem, no Rio. Após cerca de
quatro horas de discussões, os dirigentes acabaram concordando
com a proposta da TV.
Como a emissora já adiantara
R$ 72 milhões para os clubes em
novembro do ano passado, só terá
que lhes dar R$ 58 milhões.
Ficou definido, então, que, como forma de auxiliar as equipes,
adiantará parte do dinheiro a ser
pago pelo Campeonato Brasileiro
de 2003. O adiantamento da emissora será de R$ 62 milhões. Serão
seis parcelas de R$ 20 milhões, incluindo os R$ 58 milhões pelo torneio de 2002 e o adiantamento pela competição do ano que vem.
"O contrato foi horrível, mas foi
o que nós conseguimos", lamentou o presidente do Flamengo,
Gilberto Cardoso Filho.
Por causa da crise financeira no
futebol mundial, a Globo decidiu
rever todos os seus contratos de
transmissão com os clubes brasileiros. A emissora não queria
mais usar o dólar como indexador, alteração com a qual os clubes também não aceitavam.
Pelo Brasileiro do ano que vem,
a emissora deve pagar R$ 150 milhões, mas ainda não está descartada a hipótese de serem mantidos os atuais R$ 130 milhões corrigidos pelo IGPM (Índice Geral
de Preços de Mercado).
Para 2004 e 2005, no entanto, a
Globo, cujo contrato com o C13
vai até 2005, ficou de voltar a usar
o dólar como base para o cálculo
do pagamento das cotas.
O encontro de ontem nas Laranjeiras foi muito tumultuado. O
Clube dos 13 chegou a anunciar
que acertara a redução para R$
130 milhões, entretanto, pouco
depois, a diretoria do Cruzeiro
desmentiu a informação.
Ela afirmava que não haveria
como aceitar o novo valor, pois o
clube mineiro já firmou uma série
de compromissos e contava com
o pagamento de pelo menos R$
150 milhões.
"Como o contrato era muito
complexo, a decisão demorou a
sair", contemporizou o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.
Na reunião de ontem, o calendário de 2003 proposto pela Globo não foi discutido.
A emissora tem uma proposta
de realizar o Brasileiro do ano que
vem em turno e returno com pontos corridos durante oito meses.
Sobrariam apenas dez datas para
os torneios estaduais ou regionais, que ficariam enfraquecidos.
"Um campeonato disputado
dessa forma seria o ideal, mas ainda não tocamos no assunto. Isso é
uma visão pessoal, não dos clubes", afirmou Koff, que chegou a
encomendar um estudo, há cerca
de dois anos, em que defendia
proposta semelhante à da Globo.
As federações de São Paulo e do
Rio de Janeiro já anunciaram que
são radicalmente contra o novo
calendário e querem colocá-lo em
votação -e derrubá-lo- em Assembléia Geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Colaborou João Carlos Assumpção, da
Reportagem Local
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