São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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HIPISMO

Caçula de equipe flerta com perigo

Após saltar de bungee jump a um mês do Pan, o cavaleiro Saulo Tristão quer tentar o pára-quedismo

DA SUCURSAL DO RIO

A partir de hoje, Saulo Tristão, 18, terá de trocar as cordas, a sapatilha e o espírito aventureiro para competir no Pan.
Fã de esportes radicais, ele começa a disputar, às 9h, as provas individuais de CCE (concurso completo de equitação), no complexo de Deodoro.
Um mês antes dos Jogos do Rio, o cavaleiro pulou de bungee jump em São José do Rio Preto (SP). "Gosto de viver em aventura. Até por isso escolhi o CCE, que tem a prova de cross-country. É a modalidade do hipismo que tem mais aventura."
Na lista dos esportes radicais, Tristão já praticou rapel, rafting e boardercross. Após o Pan, ele conta que pretende "estrear" nova modalidade: saltar de pára-quedas.
"Minha mãe nem sabe que eu pulei de bungee jump antes do Pan", diz, rindo. "Consigo fazer esses esportes na folga, não é tão freqüente porque tenho de treinar [CCE]."
O estudante de engenharia aeronáutica monta há dez anos. Treina cinco vezes por semana, até duas horas por dia. Paulista de Matão, ele disputa o primeiro Pan. Mas diz que sua vida hípica poderá não durar.
"Não pretendo, por enquanto, viver de cavalo. A modalidade é mais difícil que as outras do hipismo [adestramento e saltos]. Quem é profissional tem que morar na Inglaterra e não pretendo isso", diz Tristão.
Antes da despedida anunciada, ele diz cogitar a disputa pela vaga olímpica. "Pretendo trancar a faculdade ano que vem para buscar um lugar em Pequim", afirma ele, que montará Totsei, 9, uma parceria que já dura cinco anos.
Sua meta no Rio é terminar entre os dez melhores no individual. O CCE reúne provas de adestramento, saltos e cross-country -esta última tem peso maior na pontuação final.
Tristão é o caçula da equipe brasileira, que tem um remanescente do ouro no Pan de 1995: Serguei Fofanoff, 38.
Em Winnipeg-1999, o time foi prata e, em Santo Domingo-2003, não subiu ao pódio.
A equipe nacional foi a três Olimpíadas: Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Até agora, no Rio, o hipismo conquistou o bronze por equipes no adestramento, com Renata Costa, Rogério Clementino e Luiza Almeida.
Pela equipe de saltos, Rufus, a montaria que o campeão olímpico Rodrigo Pessoa usará no Pan, já está no centro hípico de Deodoro após viagem de 23 horas de Frankfurt (ALE).
Também chegaram ao local de prova do Pan Un Blanc des Blancs e Chup Chup, de Pedro Veniss e Bernardo Alves, respectivamente.
Amanhã, Pessoa realizará o primeiro treino no Rio de Janeiro, já com Rufus. César Almeida, o outro titular da equipe de saltos, entrou ontem na Vila Pan-Americana. O cavaleiro se classificou para o Pan nas seletivas disputadas em solo brasileiro. (FABIO GRIJÓ)


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