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HIPISMO
Caçula de equipe flerta com perigo
Após saltar de bungee jump a um mês do Pan, o cavaleiro Saulo Tristão quer tentar o pára-quedismo
DA SUCURSAL DO RIO
A partir de hoje, Saulo Tristão, 18, terá de trocar as cordas,
a sapatilha e o espírito aventureiro para competir no Pan.
Fã de esportes radicais, ele
começa a disputar, às 9h, as
provas individuais de CCE
(concurso completo de equitação), no complexo de Deodoro.
Um mês antes dos Jogos do
Rio, o cavaleiro pulou de bungee jump em São José do Rio
Preto (SP). "Gosto de viver em
aventura. Até por isso escolhi o
CCE, que tem a prova de cross-country. É a modalidade do hipismo que tem mais aventura."
Na lista dos esportes radicais,
Tristão já praticou rapel, rafting e boardercross. Após o
Pan, ele conta que pretende
"estrear" nova modalidade: saltar de pára-quedas.
"Minha mãe nem sabe que eu
pulei de bungee jump antes do
Pan", diz, rindo. "Consigo fazer
esses esportes na folga, não é
tão freqüente porque tenho de
treinar [CCE]."
O estudante de engenharia
aeronáutica monta há dez anos.
Treina cinco vezes por semana,
até duas horas por dia. Paulista
de Matão, ele disputa o primeiro Pan. Mas diz que sua vida hípica poderá não durar.
"Não pretendo, por enquanto, viver de cavalo. A modalidade é mais difícil que as outras
do hipismo [adestramento e
saltos]. Quem é profissional
tem que morar na Inglaterra e
não pretendo isso", diz Tristão.
Antes da despedida anunciada, ele diz cogitar a disputa pela
vaga olímpica. "Pretendo trancar a faculdade ano que vem para buscar um lugar em Pequim", afirma ele, que montará
Totsei, 9, uma parceria que já
dura cinco anos.
Sua meta no Rio é terminar
entre os dez melhores no individual. O CCE reúne provas de
adestramento, saltos e cross-country -esta última tem peso
maior na pontuação final.
Tristão é o caçula da equipe
brasileira, que tem um remanescente do ouro no Pan de
1995: Serguei Fofanoff, 38.
Em Winnipeg-1999, o time
foi prata e, em Santo Domingo-2003, não subiu ao pódio.
A equipe nacional foi a três
Olimpíadas: Barcelona-1992,
Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Até agora, no Rio, o hipismo
conquistou o bronze por equipes no adestramento, com Renata Costa, Rogério Clementino e Luiza Almeida.
Pela equipe de saltos, Rufus,
a montaria que o campeão
olímpico Rodrigo Pessoa usará
no Pan, já está no centro hípico
de Deodoro após viagem de 23
horas de Frankfurt (ALE).
Também chegaram ao local
de prova do Pan Un Blanc des
Blancs e Chup Chup, de Pedro
Veniss e Bernardo Alves, respectivamente.
Amanhã, Pessoa realizará o
primeiro treino no Rio de Janeiro, já com Rufus. César Almeida, o outro titular da equipe
de saltos, entrou ontem na Vila
Pan-Americana. O cavaleiro se
classificou para o Pan nas seletivas disputadas em solo brasileiro.
(FABIO GRIJÓ)
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