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Da lama ao caos
Chuvas, bem abaixo da média para esta época do ano no Rio, geram incômodos e podem deixar o beisebol do Pan sem seu jogo decisivo, marcado para
as 9h de hoje
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Com o campo alagado, o beisebol corre risco de não ter final. BMX e mountain bike quase não aconteceram
pelo mesmo motivo. E a piscina descoberta fez os nadadores reclamarem
da chuva.
Poderia ser pior.
Apesar do lamento
de dirigentes de que
o tempo não colabora, tem chovido
menos no Rio do
que o normal nesta época do
ano. A informação é do Instituto Nacional de Meteorologia,
que monitora condições climáticas da cidade para o Co-Rio.
Mesmo assim, a organização
culpa a imprevisibilidade do
clima por problemas.
"Em eventos ao ar livre, sempre há imprevistos, como no hipismo. Mas, quando a competição é larga, há a possibilidade de administrar isso", disse
Carlos Arthur Nuzman, presidente do
COB e do Co-Rio.
Teoria ecoada pelo presidente da
Odepa, Mario Vázquez Raña. ""É problema climático, e
não técnico."
Ontem, a decisão do beisebol,
entre EUA e Cuba, foi adiada
pela segunda vez. De manhã,
voluntários tentavam secar o
gramado com esponjas. Cogitou-se adiar o jogo para as 14h,
mas, como a umidade persistia,
a idéia foi descartada. A final
está prevista para hoje, às 9h.
Claro, se o clima permitir.
O terceiro lugar foi dividido
entre Nicarágua e México, já
que este tinha passagens de
volta marcadas para hoje.
Pior. Existe a possibilidade
de não haver jogo final. Os americanos embarcam para os EUA
às 18h15 de hoje. E refutam
qualquer possibilidade de ficar
mais um dia. Co-Rio e Odepa
definem até esta manhã como o
campeão será definido caso o
campo continue encharcado.
"Sabe quantas noites de sono
perdi preocupado com a segurança dos atletas? Fiquei preocupado toda a semana", disse
Eric Campbell, técnico dos EUA.
Ao ser questionado se permitirá que
seus atletas joguem
se o campo amanhecer ""meio úmido, como hoje [ontem]", foi taxativo.
"Não. E hoje [ontem] não estava
"meio úmido", estava muito
úmido", disparou, sem disfarçar a irritação no tom de voz.
"Desde março, peço informações [sobre o campo] aos brasileiros. Até oferecemos nosso
know-how. Fomos ignorados."
Até anteontem havia chovido
entre 30% e 40% da média histórica pluviométrica para o
mês. ""Prevíamos uma temperatura acima do normal e chuvas um pouco abaixo", falou
Marilene Leal, meteorologista
do projeto do Inmet para o Pan.
O instituto tem funcionários
trabalhando dentro do Co-Rio,
que informam sobre o tempo
em cada competição. O Inmet
previa as atuais condições para
o mês do Pan desde maio.
Vice da confederação pan-americana do esporte e presidente da confederação nacional, Jorge Otsuka diz que a escolha do terreno onde ergueram a arena foi infeliz. ""Não
nos cabia escolher o lugar. Esse
foi o que nos foi apresentado."
Por conta de coincidências
que ocorreram após os adiamentos, Otsuka foi obrigado a
engolir a insatisfação de torcedores
que viajaram ao Rio
para acompanhar
os jogos do Brasil.
"O pessoal que foi
embora na terça,
após o Brasil ser eliminado, não pôde
decolar do Santos
Dumont [houve incêndio], foram até o
Galeão. Aí, não puderam aterrissar em Congonhas [onde teve acidente], foram a Campinas. Recebi várias ligações."
Preocupado com a final, o cubano René Romero, da Odepa,
buscava uma maneira de preparar o campo. ""Vamos cobrir
tudo [com lona] para impedir
que chova mais no campo."
Colaborou MÁRVIO DOS ANJOS,
enviado especial ao Rio
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