São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000


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OLIMPÍADA

Agência dissecou preparação olímpica da URSS para respaldar decisão

EUA boicotaram Jogos de 80 por orientação da CIA

DA REDAÇÃO

A decisão de boicotar a Olimpíada de Moscou, em 1980, foi tomada pelo governo dos EUA depois de uma detalhada análise feita pela CIA, a central de inteligência norte-americana.
Segundo o documento, tornado público graças à Lei de Liberdade de Informação do país, que permite a divulgação de papéis históricos, a agência viu no boicote aos Jogos uma chance de amplificar a repercussão internacional em torno da invasão soviética ao Afeganistão, ocorrida um ano antes.
"O boicote vai manter viva a questão do Afeganistão e forçar os soviéticos a enfrentar uma contínua chuva de críticas de setores da comunidade internacional", escreveu a CIA em seu relatório, que foi enviado ao então presidente norte-americano, Jimmy Carter, em 9 de janeiro de 1980.
Junto com o parecer, 35 páginas dissecavam a preparação soviética para os Jogos. Da dependência do país à tecnologia estrangeira ao envolvimento de empresas norte-americanas com o evento.
Pesados os prós e os contras, a decisão de boicotar os Jogos foi tomada e, de fato, surpreendeu o mundo, transformando a Olimpíada de Moscou no momento mais amargo da relação política-esporte desde o cancelamento das competições no período da Segunda Guerra Mundial.
No total, 60 outras nações aderiram ao movimento, que, na prática, não abreviou em nada a invasão do Afeganistão, a última grande novela da Guerra Fria -as tropas soviéticas só deixariam o país dez anos mais tarde.
Em 1984, os Jogos aconteceram em Los Angeles. E, apesar de todos os apelos, boa parte do chamado bloco socialista resolveu dar o troco, não participando da competição norte-americana.


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