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São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2003

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Nova geração do basquete encara sua prova de fogo

Frank Rivera/Associated Press
O ala-armador Marcelinho, que quebrou o nariz no Sul-Americano do Uruguai, treina com proteção em San Juan para o jogo de hoje



Após ganhar o Sul-Americano e o Pan, seleção masculina começa contra os EUA o desafio de reconduzir o Brasil, ausente em 2000, à Olimpíada


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção masculina inicia hoje, no Pré-Olímpico de Porto Rico, o teste mais difícil da era Lula. Desde que assumiu o comando da seleção, o treinador apostou em novos nomes, deu espaço para outros e aposentou antigas estrelas.
Hoje, contra os EUA, o time faz a primeira prova de seu "vestibular" mais difícil. É a chance de atletas novos (como Alex, 23, Renato, 25, e Tiago Splitter, 18) e badalados (casos de Leandrinho, 20, Nenê, 20, e Anderson, 20) obterem seu primeiro grande feito na seleção. Até agora, as apostas de Lula deram resultado, com os títulos do Sul-Americano do Uruguai e do Pan de Santo Domingo.
Porém o técnico lembra que ambos os torneios tiveram nível técnico inferior ao do Pré-Olímpico. "Nosso grande objetivo neste ano é conquistar uma vaga para os Jogos de Atenas [em 2004]. Vamos enfrentar adversários mais fortes em San Juan", afirmou.
Com uma invencibilidade de 16 jogos -11 deles em partidas oficiais-, o time brasileiro deve assistir hoje ao fim da série. Os EUA contarão com sua equipe principal, com estrelas da NBA do calibre de Tim Duncan, Jason Kidd, Allen Iverson e Tracy McGrady.
"É melhor enfrentar os EUA logo na estréia, que costuma ser um jogo mais nervoso. Só teremos lucro contra eles. Se perdermos, tudo bem. Se ganharmos, teremos uma vitória que dificilmente alguém terá", analisou o treinador.
A nova geração -o time conta com média de idade de 23,1 anos- busca um feito que não foi alcançado pelo time anterior: a classificação para a Olimpíada.
Sob o comando de Hélio Rubens, o Brasil não conseguiu vaga nos Jogos de Sydney-00. Foi apenas a segunda vez na história que a seleção não foi à Olimpíada.
Hoje, a equipe retorna ao ginásio Roberto Clemente, em San Juan, mesmo palco do fracasso de quatro anos atrás, quando o Brasil ficou com a sexta colocação no Pré-Olímpico. Poucos atletas, no entanto, passaram pelo trauma: do atual grupo, só o armador Demétrius, o pivô Luís Fernando e o ala-armador Marcelinho faziam parte daquela seleção.
"Não estávamos jogando redondo. Ficamos tristes com as derrotas que foram acontecendo. A equipe não rendeu o que podia", lembra Demétrius, 30, o mais velho do elenco atual. "Agora é diferente. A equipe está animada por causa dos títulos [Sul-Americano e Pan] conquistados."
Outro trunfo da seleção é o fato de haver três vagas em disputa -há quatro anos eram só duas.
A facilidade pára por aí. Com seu time principal, convocado após o vexame do Mundial-2002, os EUA devem ficar com o título.
Mais quatro países -Argentina, Brasil, Canadá e Porto Rico- disputam outras duas vagas.
O time argentino manteve a base que foi vice-campeã mundial em Indianápolis-02. A única ausência é o ala Hugo Sconochini, que deixou a seleção. No seu lugar entrou Federico Kammerichs, 23, uma das apostas do técnico Rubén Magnano. Apesar disso, Manu Ginóbili, maior estrela da Argentina, não acredita que sua equipe possa derrotar os EUA novamente, como no Mundial. "A luta é pela vaga olímpica. Nossos rivais são Brasil, Porto Rico e Canadá. Não os EUA. Não pensamos nisso [em vencer o rival de novo]", afirmou Ginóbili à Folha.
O Canadá garantiu a presença de sua maior estrela, o armador Steve Nash, do Dallas. Greg Newton é outro conhecido do Brasil: atuou pelo Flamengo em 2000.
Porto Rico tem um time de veteranos, cuja estrela é Piculín Ortiz, 39. A média de idade é de 28,25 anos. Em casa, pode complicar.

NA TV - Brasil x EUA, Sportv, ao vivo, a partir das 23h


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