São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004 |
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Preto no branco
Brasileiro alcança feito nos Jogos que ainda não viram ouro negro GUILHERME ROSEGUINI ENVIADO ESPECIAL A ATENAS O mestre mandou aproveitar o momento e não titubear na hora agá. Gabriel Mangabeira sabe que o conselho vem de quem entende muito do tema e tratou de colocar em prática as palavras que ouviu. Resultado: ontem, no centro aquático de Atenas, conseguiu um feito histórico. Bateu o recorde sul-americano dos 100 m borboleta e se tornou o primeiro nadador negro do Brasil a alcançar sozinho uma final dos Jogos. Orgulho para Anthony Nesty, o surinamês que o treina e tem o nome nos livros. Em Seul-1988, venceu os mesmos 100 m borboleta e virou o primeiro negro a conquistar um ouro nas piscinas. "O Nesty me ensinou muita coisa. Sem ele, acho que eu não estaria aqui", disse o atleta de 22 anos. A trajetória que ambos construíram foge ao padrão do que a Olimpíada registra até aqui. A Grécia ainda não viu nenhum negro alcançar o lugar mais alto do pódio. Até aqui, 86 ouros de um total de 301 já foram entregues. Com o início do atletismo, a discrepância deve diminuir. Mesmo assim, o placar dilatado em favor dos brancos chama atenção. A África, maior continente negro, registra o caso mais emblemático. Quatro medalhas já foram obtidas por atletas da região. Todos brancos e com ótima estrutura, bem diferente da maioria da população de seus países. É o caso de Kirsty Coventry, do Zimbábue, prata nos 100 m costas e bronze nos 200 m medley, que estuda e mora no Alabama (EUA) e foi bancada pelos pais. Texto Anterior: Programação da TV Próximo Texto: Mais difícil é ter oportunidade, diz Mangabeira Índice |
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