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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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Ímpeto desafia precisão na "final" do Brasileiro-03

Fernando Santos/Folha Imagem
O atacante Robinho, maior driblador do Santos no Brasileiro



Por liderança do Nacional de pontos corridos, Santos aposta na combatividade e insistência de seus meninos para superar toque de bola do Cruzeiro e série invicta do rival no Mineirão


DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
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No topo da classificação, eles só não são iguais no saldo de gols.
Na prancheta, entretanto, são bem diferentes o Cruzeiro e o Santos, que fazem hoje, às 16h, no Mineirão, o jogo mais esperado do Brasileiro-2003 -somente 5 das 30 rodadas não tiveram um dos dois times na liderança.
Reflexo de sua juventude, o Santos tem fôlego para marcar muito e bombardear os rivais -segundo o Datafolha, é o quarto nos desarmes e o líder das finalizações.
Em compensação, toca pouco a bola (é o 11º no ranking de passes trocados), faz muitas faltas (é o quinto no fundamento) e abusa dos erros -tem a oitava pior pontaria e aparece entre os dez piores em bolas desperdiçadas.
Mais experiente, o Cruzeiro, que ainda não perdeu no Mineirão neste Brasileiro, vai na toada de Alex, seu maior astro.
Ninguém toca mais a bola no Brasileiro do que o Cruzeiro. O time faz isso com qualidade -é o segundo na precisão nos passes.
Os mineiros ainda formam a equipe menos faltosa do Nacional. E contam com o melhor ataque mesmo aparecendo só em 13º na lista de chances criadas: o segredo é a pontaria -quatro em cada dez finalizações são certas.
Para o jogo de hoje, o técnico santista, Emerson Leão, adotou a tática do despiste. Sem o lateral-direito Reginaldo Araújo, suspenso, o treinador não definiu o substituto e o esquema tático.
No coletivo da manhã de ontem, Leão escalou duas formações diferentes entre os titulares. Em uma delas, usou três zagueiros, com a entrada de Pereira na vaga de Araújo. Outra opção é manter o 4-4-2, com a entrada do ex-palmeirense Neném na lateral ou, com chance mais remota, a improvisação de Elano no setor.
O técnico disse que a rotina de treinamento foi alterada com o clima que cerca a partida.
"Hoje [ontem], nós tivemos um treino diferente. Tinha muita gente, e decidi acabar o coletivo mais cedo. Com relação à escalação, ainda estou amadurecendo", despistou. Deixou escapar, no entanto, uma dica. "Se eu entrar com três zagueiros, quero o Elano como atacante." Para o treinador, o fato de não ter definido o time não altera seu esquema. "Não existe elemento surpresa nem estou escondendo algo. Entre o Preto, o Pereira e o Neném não há diferença. Surpresa seria escalar o Pelé ou o Garrincha", afirmou.
No Cruzeiro, a estratégia é jogar o peso da responsabilidade sobre o jovem time santista, seja quando afirma que o Santos é o melhor time ou quando invoca uma "onda azul" em Belo Horizonte para impressionar o rival.
"Considero o Santos a melhor equipe do futebol brasileiro. O Cruzeiro está caminhando para igualar. Vamos tentar tirar do Santos a conquista que ele tem [o título do ano passado]", diz o técnico Wanderley Luxemburgo, que não terá o zagueiro Edu Dracena e o atacante Mota, suspensos. No entanto volta o volante Maldonado, que estava lesionado.
Cruzeiro e Santos têm 58 pontos e 17 vitórias. Os mineiros, por terem saldo de 28 gols contra 24 dos paulistas, irão permanecer em primeiro em caso de empate.


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