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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Ponto para Baresi
O TÉCNICO Sérgio Baresi
tem dois méritos no clássico
do Pacaembu.
O primeiro é esportivo. Se
o meio-campo é o espírito de
uma equipe, o São Paulo era
um time sem alma, até a
derrota para o Inter. Não
que o jogo de ontem seja
exemplo de armadores criativos, mas a escalação da
equipe fez o treinador rival,
Luiz Felipe Scolari, imaginar problemas antes mesmo de a partida começar:
"Eles terão o meio-campo
mais forte", disse Felipão.
O outro mérito é político.
Há cinco anos, a diretoria
esperava ver um time composto por pratas da casa.
Em 2006, a vitória no Brasileirão fez daquele troféu o
de menor número de titulares feitos em casa da história são-paulina. Só Rogério
Ceni. Com a substituição de
Ilsinho, aos 18min do primeiro tempo, e a entrada de
Zé Vítor, o São Paulo passou
a ter em campo cinco atletas
formados no Morumbi, o
que não ocorria desde Kaká.
Bastava ter um desses
pratas da casa: Lucas. Depois do primeiro tempo sem
graça, Lucas foi o dono da
segunda etapa. Fez o primeiro gol, aproveitando em
velocidade a bola escorada
por Jorge Wagner. Deu o segundo gol a Fernandão e
ofereceu ao time o que ele
antes não tinha: velocidade.
Isso só aconteceu porque,
após o 1 x 0, o São Paulo tinha um meio-campo capaz
de bloquear o rival. Contra o
Inter, o massacre colorado
começou nesse setor.
Ante o Palmeiras, Baresi
pôs Ilsinho na ala, puxou
Rodrigo Souto para a função de terceiro zagueiro, povoou o setor com Casemiro
sobre Valdivia, Jean atacando Pierre, Jorge Wagner na
cola de Marcos Assunção.
O time piorou quando Ilsinho saiu lesionado e Jean foi
para a lateral. Só melhorou
após o gol de Lucas, pois a
estratégia passou a ser contra-atacar. Estratégia possível, pois, desta vez, o meio-
-campo era consistente.
OLHO NO CRUZEIRO
São poucos os times com
dois meias criativos como o
Cruzeiro, de Montillo e Roger.
E são poucos com técnicos
que mexem no jogo como Cuca. No sábado, o Botafogo
perdeu o zagueiro Danny Morais, e Joel pôs Caio como ala,
para atacar o lateral Diego
Renan. O Cruzeiro inverteu a
coisa. Foi Diego quem avançou sobre Caio, obteve o pênalti, e o time virou o jogo no
setor. O Corinthians é favorito
ao título. O Cruzeiro, seu rival.
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