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Ron Dennis dá pito em espanhóis
DA REPORTAGEM LOCAL
A cena foi no mínimo
constrangedora. No apertado escritório da McLaren em Interlagos, a assessora de imprensa da equipe arrumou apressada algumas mesas e cadeiras.
Um a um, os jornalistas
espanhóis que acompanham o Mundial de F-1 foram acomodados. O que
parecia uma entrevista coletiva comum durante um
final de semana de corrida,
na verdade, era um pito.
Ron Dennis, chefe da
McLaren, e Norbert Haug,
vice da Mercedes, convocaram os repórteres para,
pela segunda corrida consecutiva, reclamar do
comportamento deles. Na
China, há duas semanas,
Dennis já havia batido boca com os espanhóis.
A gota d'água para a
bronca em São Paulo foi
uma matéria publicada
ontem pelo diário "Marca", em que Haug disse
que havia chegado a hora
de dar adeus a Fernando
Alonso. "Às vezes, é necessário colocar um ponto final, como aconteceu com
[Juan Pablo] Montoya. Às
vezes, é necessário se separar", escreveu o jornal.
O dirigente reclamou da
tradução que foi dada à sua
declaração. Levou inclusive um texto contendo sua
frase, que era basicamente
o mesmo, mas sem a última sentença: "Mas ainda
não há nada definido".
Dennis novamente voltou a reclamar que os espanhóis não o procuram
para saber sua opinião e
simplesmente reproduzem o que é publicado na
mídia alemã e italiana.
Na conversa, em tom
"amigável", o dirigente revelou que os contratos de
seus dois pilotos têm cláusulas que exigem igualdade de tratamento. Além
disso, explicou que os patrocinadores não têm vínculo nenhum com os pilotos, e sim com a equipe. Ou
seja, mesmo que Alonso
deixe a McLaren no ano
que vem, o time manterá
seus parceiros, como o
banco espanhol Santander, por exemplo.
A relação entre a McLaren e os espanhóis, entretanto, nunca foi das melhores. E só piorou depois
dos imbróglios entre
Alonso e Lewis Hamilton.
Uma das reclamações é
que a equipe nunca se
preocupou em colocar um
assessor de imprensa que
fale espanhol, algo comum
na F-1.
(FSX E TC)
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