São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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RODRIGO BUENO

O dedo do técnico


Hiddink, Murtosa, Rehhagel e Domenech praticamente selaram a classificação de suas seleções para a Euro-08

SABE QUANDO as coisas parecem não ir bem e, de repente, tudo vira a favor? Alguns técnicos sentiram o gostinho em recentes jogos das eliminatórias da Euro-08.
Disparado, a cartada mais feliz partiu da cabeça iluminada do holandês Guus Hiddink. Depois de quase levar seu país à final da Copa de 1998, de guiar a Coréia do Sul à semifinal de 2002 e de quase impedir o tetra da Itália em 2006 com a Austrália, está perto de recolocar a combalida Rússia na elite européia. Contra a Inglaterra, perdia de 1 a 0 quando apostou em Pavlyuchenko. O atacante de 25 anos entrou no minuto 58, empatou o crucial duelo no minuto 69 e virou para 2 a 1 no minuto 73. Hiddink pode ter sorte, mas não dá para explicar tantos feitos só pela ""estrela" desse nômade treinador.
A segunda mais frutífera substituição dos últimos dias foi obra de Flávio Teixeira, o Murtosa. Com Luiz Felipe Scolari suspenso, o auxiliar responde, sim, pela cartada de mestre, chamada Makukula, no jogo contra o Cazaquistão. O atacante de origem congolesa estreou na seleção portuguesa no minuto 63 e deu três finalizações ao gol rival. A do minuto 84 tirou o 0 do placar e deixou Portugal com um pé e meio na Euro-08.
"Não houve nenhum tipo de sugestão, de interferência [de Scolari na substituição de Makukula]. Não houve comunicação, garanto a você. A substituição foi 100% do Murtosa", disse à coluna o assessor de imprensa do Felipão, Acaz Fellegger. Scolari está suspenso de verdade, pois não encontra a moleza das ""punições" a técnicos no Brasil, sendo só um mero torcedor nas partidas.
Em um patamar mais abaixo nas melhores trocas recentes de atletas em seleções, aparecem as mexidas de Otto Rehhagel e Raymond Domenech. O primeiro selou o direito de lutar pelo bi continental com a Grécia ao pôr Samaras no minuto 59 contra a Turquia, fora de casa. Vinte minutos depois, Samaras fez a jogada do gol de Amanatidis. O raio de 2004 ameaça cair de novo em 2008.
Domenech e sua França não fizeram mais que a obrigação em casa contra a Lituânia. Mas só saíram do sufoco após a entrada de Ben Arfa no minuto 69. Ele quase marcou aos 75 e cruzou para Henry anotar aos 80 o gol que deixou Platini para trás.

O CAMPO DO TÉCNICO
A imprensa inglesa condenou a grama sintética do estádio Luzhniki, em Moscou, mas isso não a impediu de já chutar Steve McClaren, que tende a ser o primeiro técnico a não classificar o English Team para um torneio importante desde a Copa de 94 (o último treinador a carregar o fardo foi Graham Taylor). ""Se Steve sair, será o sexto técnico em 17 anos [à frente da Inglaterra]. Nos 28 anos anteriores, foram quatro. Mudar o comando não é necessariamente a resposta", falou Taylor à BBC. Na boa, é hora de trocar.

O HUMOR DO TÉCNICO
Pense em algum técnico de ponta hoje que seja simpático, alegre...

rbueno@folhasp.com.br


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