São Paulo, terça, 20 de outubro de 1998

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Intervalo mínimo foi desprezado 31 vezes

da Reportagem Local

Motivo do segundo cancelamento do jogo Palmeiras e Vasco, o prazo mínimo de 66 horas entre o fim e o início de uma partida para o descanso dos atletas foi desrespeitado em 31 jogos do Brasileiro-98.
Nessas ocasiões, o intervalo variou de 48 até 65 horas, como nos casos de times que, por exemplo, jogaram na quarta-feira à noite e nas tardes de sábado.
Se computadas partidas de outras competições, como a Copa Mercosul, o desrespeito ao prazo legal é ainda maior.
A equipe que mais jogou partidas sem o prazo mínimo de 66 horas foi o Corinthians.
O time, que fez a maioria de suas partidas aos sábados, atuou cinco vezes sem o intervalo mínimo exigido pela legislação esportiva.
Único clube que teve um jogo adiado por essa razão, o Vasco contou com a ajuda do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio de Janeiro, que entrou com a ação que conseguiu o adiamento da partida na Justiça do Trabalho.
Esse caso gerou uma grande crise na CBF, que culminou com o pedido de demissão de Gilberto Coelho, diretor do Departamento Técnico da entidade.
A ação do sindicato carioca no caso do Vasco é criticada por Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
"Eu não faria isso. A lei existe para proteger os jogadores, e não os clubes", diz Martorelli.
Os dois sindicatos, tanto o carioca quanto o paulista, nada fizeram para proteger os atletas que disputaram partidas do Brasileiro apenas 24 horas depois de atuarem pela seleção brasileira no amistoso contra a Iugoslávia, em agosto.
Na CBF, que ainda não nomeou uma nova pessoa para o cargo de Coelho, as reclamações contra o Vasco e sindicato partem do segundo escalão.
"Essa lei só vale quando é do interesse do clube. Na hora de fazer amistosos para ganhar dinheiro, eles jogam todo dia", reclama José Dias, coordenador do Departamento Técnico da CBF.
Já os jogadores colocam a culpa pela desmoralização da tabela nos dirigentes.
"Esse calendário é falho por culpa dos dirigentes, que precisam se profissionalizar", diz o meia Zinho, do Palmeiras. (PC)



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