|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Intervalo mínimo foi desprezado 31 vezes
da Reportagem Local
Motivo do segundo cancelamento do jogo Palmeiras e Vasco, o
prazo mínimo de 66 horas entre o
fim e o início de uma partida para o
descanso dos atletas foi desrespeitado em 31 jogos do Brasileiro-98.
Nessas ocasiões, o intervalo variou de 48 até 65 horas, como nos
casos de times que, por exemplo,
jogaram na quarta-feira à noite e
nas tardes de sábado.
Se computadas partidas de outras competições, como a Copa
Mercosul, o desrespeito ao prazo
legal é ainda maior.
A equipe que mais jogou partidas sem o prazo mínimo de 66 horas foi o Corinthians.
O time, que fez a maioria de suas
partidas aos sábados, atuou cinco
vezes sem o intervalo mínimo exigido pela legislação esportiva.
Único clube que teve um jogo
adiado por essa razão, o Vasco
contou com a ajuda do Sindicato
dos Atletas Profissionais do Rio de
Janeiro, que entrou com a ação que
conseguiu o adiamento da partida
na Justiça do Trabalho.
Esse caso gerou uma grande crise
na CBF, que culminou com o pedido de demissão de Gilberto Coelho, diretor do Departamento Técnico da entidade.
A ação do sindicato carioca no
caso do Vasco é criticada por Rinaldo Martorelli, presidente do
Sindicato dos Atletas Profissionais
do Estado de São Paulo.
"Eu não faria isso. A lei existe para proteger os jogadores, e não os
clubes", diz Martorelli.
Os dois sindicatos, tanto o carioca quanto o paulista, nada fizeram
para proteger os atletas que disputaram partidas do Brasileiro apenas 24 horas depois de atuarem pela seleção brasileira no amistoso
contra a Iugoslávia, em agosto.
Na CBF, que ainda não nomeou
uma nova pessoa para o cargo de
Coelho, as reclamações contra o
Vasco e sindicato partem do segundo escalão.
"Essa lei só vale quando é do interesse do clube. Na hora de fazer
amistosos para ganhar dinheiro,
eles jogam todo dia", reclama José
Dias, coordenador do Departamento Técnico da CBF.
Já os jogadores colocam a culpa
pela desmoralização da tabela nos
dirigentes.
"Esse calendário é falho por culpa dos dirigentes, que precisam se
profissionalizar", diz o meia Zinho, do Palmeiras.
(PC)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|