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FUTEBOL
TVs japonesas procuram meia-atacante "auto-exilado' após má fase
Maezono vive dia de fama e assédio por gol santista
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
O meia-atacante japonês Masakiyo Maezono, 24, viveu ontem seu
primeiro dia de fama em Santos, 22
dias após sua chegada ao Brasil.
Autor do gol santista no empate
em 1 a 1 contra a Lusa no domingo,
Maezono vem recebendo desde a
noite de anteontem telefonemas de
cumprimentos e pedidos de entrevista de repórteres de jornais e
emissoras de TV japonesas.
Um dos ídolos do futebol japonês -como o atacante Kazu, que
defendeu o Santos no início dos
anos 90-, Maezono decidiu tentar a sorte no Brasil porque se encontrava em má fase, a ponto de
não sido convocado para a seleção
que disputou o Mundial da França.
Para isso, o jogador abriu mão
dos US$ 120 mil mensais que recebia no Verdy Kawasaki para ganhar R$ 30 mil no Santos.
Na Olimpíada de 96, o meia-atacante era o capitão e um dos destaques da equipe japonesa, que derrotou o Brasil na estréia (1 a 0).
Um de seus companheiros naquela seleção olímpica era o meia-atacante Nakata, um dos destaques do Italiano deste ano, defendendo o Perugia -na estréia, contra a Juventus, fez dois gols.
No auge da carreira, Maezono faturava US$ 3 milhões ao ano em
comerciais de TV no Japão.
A empresa Sunny Side Up, de
Tóquio, administra a imagem do
jogador no mercado japonês.
Por ter exigido um contrato como "artista", pelo qual passaria a
controlar os direitos sobre sua publicidade, acabou dispensado no
início de 97 pelo Yokohama Flugels, clube que então defendia.
O empresário Sylvio Aki, responsável pela transferência de Maezono do Verdy para o Santos, disse
que o fã-clube do jogador no Japão
já organiza excursões em vôos
"charter" para que os fãs assistam
às partidas do atleta.
"Fiquei muito feliz em saber que
a torcida do Santos já grita meu
nome", disse Maezono, por intermédio de Alexandre Aki, amigo,
intérprete e filho de Sylvio Aki.
O japonês está hospedado no
Parque Balneário Hotel (cinco estrelas), junto com uma verdadeira
"comitiva", que o leva diariamente
de carro ao Centro de Treinamento do Santos.
Entre os acompanhantes, estão,
além de Sylvio e Alexandre Aki,
um assessor particular do jogador,
um intérprete, o vice-presidente
do Verdy, Shinji Kohno.
No grupo do Santos, o zagueiro
Argel e o preparador físico Walmir
Cruz, que atuaram no Japão e falam um pouco da língua, são os
dois com quem conversa, já que
Maezono só fala japonês.
O jogador costuma se alimentar
no próprio hotel, mas eventualmente é levado a restaurantes de
comida japonesa de Santos.
Ontem, Maezono pediu ao assessor particular que comprasse todos os principais jornais brasileiros e assistiu ao gol que marcou
nas diferentes emissoras de TV.
Maezono disse que sua mãe se
emocionou e chorou ao conversar
com ele por telefone após a partida, cujo resultado as emissoras de
TV já haviam informado no Japão.
Sylvio Aki disse que, antes de
oferecer Maezono ao Santos, fez
tentativas de encaixá-lo no São
Paulo, Goiás e Paraná Clube.
O técnico Leão aceitou o jogador
porque já o conhecia da época em
que dirigia o Verdy e Maezono
atuava pelo Yokohama Flugels.
Pelo acerto firmado entre os dois
clubes, Maezono fica no Santos até
dezembro, e o zagueiro Daniel defenderá o Verdy, também por empréstimo, pelo mesmo período.
O Santos espera obter outras
vantagens com a transação, como
eventuais convites para excursões
pelo Japão.
Segundo Sylvio Aki, devido à
transferência de Maezono, 100 mil
camisas do Santos já teriam sido
encomendadas por empresas japonesas de material esportivo.
²
Colaborou a Reportagem Local
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