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JUCA KFOURI
Quem teme Eurico?
O caso do jogador Dedé, do
Vasco, deveria ser julgado nesta noite no Tribunal de Justiça
da CBF, mas foi tirado da pauta por ordem da presidência da
entidade.
O belo atacante é ainda amador e jogou contra o Botafogo
(27 de setembro) e contra o
América-RN (3 de outubro),
duas vitórias vascaínas cujos
pontos podem ser revertidos
aos derrotados caso prevaleça
o que diz a Lei Pelé -que proíbe a participação de amadores
em jogos entre profissionais.
Ao que tudo indica, e mais
uma vez por manobra do incansável Eurico Miranda, a
decisão será empurrada com a
barriga até que se saiba que
importância terá o julgamento
para definir a situação do Vasco no campeonato.
Só que esses três pontos podem ser decisivos, por exemplo,
para a difícil, mas ainda possível, classificação do Botafogo e
para ainda mais improvável
salvação do América potiguar.
O mesmo Eurico Miranda
que impediu a queda do Fluminense dois anos atrás; que
garante hoje que o Flu não disputará a terceira divisão no
ano que vem; que conseguiu
equiparar o oficioso título sul-
americano do Vasco na década
de 40 à conquista da Libertadores da América; que quebrou
a interdição de São Januário e
ainda levou a decisão da Libertadores para lá; que mandou
Edmundo tomar um cartão
vermelho na primeira partida
decisiva do Campeonato Brasileiro do ano passado e garantiu que ele jogaria a finalíssima, como, de fato, aconteceu;
que tenta desmoralizar publicamente o chefe da Comissão
de Arbitragens, Armando
Marques, sem que nada lhe
aconteça; que impediu a realização do jogo entre Palmeiras
e Vasco sem que seu clube seja
punido com o correspondente
WO, dá mais uma demonstração de seu incrível poder.
Na história recente do futebol brasileiro, Eurico Miranda
só não se deu bem ao lutar contra a Lei Pelé e em situações
menores, como, por exemplo, a
anulação indevida do gol de
Luizão contra o Inter no domingo passado.
A força que tem é inexplicável e o medo que infunde é desproporcional à sua importância, a menos que, por viver, beber e cheirar só Vasco e os bastidores do futebol, ele saiba alguma coisa que ninguém mais
sabe.
Gilberto Coelho, diretor técnico demissionário da CBF,
garante: não há datas para um
novo jogo entre Palmeiras e
Vasco, e o Brasileirão não acabará neste ano.
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