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STOP & GO
Aprendiz
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Barrichello já foi a Maranello,
a Globo já vendeu as suas cotas,
e os dirigentes ferraristas já cansaram de garantir que o piloto
brasileiro terá igual tratamento
na escuderia, no ano que vem.
Esse item parece ser a grande
dúvida do público ou, pelo menos, da meia dúzia que lê a coluna e ainda não desistiu de mandar mensagens para o autor.
Seria fácil escrever que Barrichello, com absoluta certeza,
não receberá tratamento semelhante ao de Schumacher no
próximo ano, mas isso seria
uma inverdade ou, mais precisamente, uma meia verdade.
O piloto, assim como seu público, ainda não conhece a dinâmica de um time de ponta. Em
um time pequeno ou médio, é
possível contabilizar o status de
primeiro piloto pela quantidade
de dias de testes, a viabilidade
do carro reserva e de peças de reposição durante um GP, coisas
assim, mundanas.
Numa Ferrari, porém, não faltam testes (Irvine testou tanto
ou mais que Schumacher), à
maioria dos GPs são levados
quatro carros e peças de reposição existem aos montes. Não falta dinheiro, não falta estrutura.
Desse ponto de vista, e é a partir dele que ferraristas, Schumacher e Barrichello reforçam a
idéia de isonomia no tratamento, não há um primeiro piloto.
Mas, por outro lado, isso deixa
o brasileiro com a missão ainda
mais espinhosa, já que, em teoria, tudo lhe será fornecido. O
que vai faltar a Barrichello, e é
certo que ele já sabe disso, é voz,
é ser ouvido dentro do time. Por
que razão, por exemplo, Byrne
ou Barnard precisariam ouvi-lo
se contam com o melhor piloto
do grid do outro lado e, pior, são
amigos pessoais dele?
Ganhar essa voz e a confiança
do pessoal da Ferrari não será
muito fácil. E, para isso, Barrichello precisa também ganhar
voz na mídia.
Por enquanto, como novidade,
está fácil. A partir de dezembro,
porém, o piloto precisará de
mais do que a natural simpatia
de novato.
NOTAS
Irvine
Em período de promoção de
sua autobiografia, que será lançada em breve, o irlandês vem
descascando contra a Ferrari.
Só isentou Schumacher. "Não
teria chance de ser campeão se
ele não estivesse na equipe."
Schumacher
Mercedes e BMW negaram
ofertas para o alemão. A primeira alegou que o esforço seria em vão, já que seu contrato
com a Ferrari, válido até 2002,
seria "inquebrável". A segunda, porque está satisfeita "com
o Schumacher que tem", Ralf.
Villeneuve
O canadense garantiu que
não sai da BAR, mesmo se o
amigo Pollock for defenestrado. Promete cumprir o último
ano do contrato. Nessa decisão,
tem muito da Honda, que vê no
piloto sua principal estrela em
2000. Pensa até em usá-lo nas
500 Milhas de Indianápolis, para a qual desenvolve um motor.
E-mail: mariante@uol.com.br
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