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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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Acordo de países apóia inadimplência

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil não está sozinho em seu embate com a Agência Mundial Antidoping. Em reunião entre os ministérios do Esporte de 21 países americanos, há nove meses, em Santo Domingo, na República Dominicana, houve um acordo para promover o calote.
EUA e Cuba, outras nações do continente que têm cidades candidatas à Olimpíada de 2012 -Nova York e Havana, respectivamente-, também enviaram representantes ao encontro.
Segundo a "Declaração Final" da reunião, obtida pela Folha, os países americanos "não pagarão a dívida de 2002, e a contribuição de 2003 será feita conforme as possibilidades financeiras de cada país, garantindo ao menos 10%".
Com a readequação dos valores, o Brasil teria que desembolsar US$ 13 mil. Para o ano que vem, os países se comprometeram a pagar integralmente o que for estabelecido pela Wada. "O México reclamou por ficar com um valor maior do que o do Brasil. Houve até a proposta de que a divisão fosse semelhante às contribuições à OEA [Organização dos Estados Americanos]", contou Luiz Garcia Júnior, chefe da assessoria internacional do ministério.
No evento, também foi constituído o Cade (Conselho Americano do Esporte), para promover a cooperação entre os governos.
O problema é que a agência não aceitou receber o calote oficial.
"Soubemos desse acordo. Pelo nosso orçamento, os países da América pagariam US$ 2,934 milhões à Wada. Agora, o Brasil desembolsaria somente US$ 13 mil. Isso não pode ser correto", questiona o gerente de comunicações da entidade, Frédéric Donzé.
Mesmo essa dívida ainda não foi quitada. Segundo o ministério, é necessária a ata da reunião para provar que o valor devido pelo Brasil teria sido reduzido para US$ 13 mil. O documento ainda não foi enviado ao país pelo Cade, o que impediria o acerto final.
"Pedimos ao Rafael Duquela [secretário-geral do Cade] o documento, mas ele não foi enviado. Esse papel é necessário para prestarmos contas ao TCU [Tribunal de Contas da União] depois", afirma Garcia Júnior. (ALF)


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