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Acordo de países apóia inadimplência
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil não está sozinho em
seu embate com a Agência Mundial Antidoping. Em reunião entre os ministérios do Esporte de 21
países americanos, há nove meses, em Santo Domingo, na República Dominicana, houve um
acordo para promover o calote.
EUA e Cuba, outras nações do
continente que têm cidades candidatas à Olimpíada de 2012
-Nova York e Havana, respectivamente-, também enviaram
representantes ao encontro.
Segundo a "Declaração Final"
da reunião, obtida pela Folha, os
países americanos "não pagarão a
dívida de 2002, e a contribuição
de 2003 será feita conforme as
possibilidades financeiras de cada
país, garantindo ao menos 10%".
Com a readequação dos valores,
o Brasil teria que desembolsar
US$ 13 mil. Para o ano que vem,
os países se comprometeram a
pagar integralmente o que for estabelecido pela Wada. "O México
reclamou por ficar com um valor
maior do que o do Brasil. Houve
até a proposta de que a divisão
fosse semelhante às contribuições
à OEA [Organização dos Estados
Americanos]", contou Luiz Garcia Júnior, chefe da assessoria internacional do ministério.
No evento, também foi constituído o Cade (Conselho Americano do Esporte), para promover a
cooperação entre os governos.
O problema é que a agência não
aceitou receber o calote oficial.
"Soubemos desse acordo. Pelo
nosso orçamento, os países da
América pagariam US$ 2,934 milhões à Wada. Agora, o Brasil desembolsaria somente US$ 13 mil.
Isso não pode ser correto", questiona o gerente de comunicações
da entidade, Frédéric Donzé.
Mesmo essa dívida ainda não
foi quitada. Segundo o ministério,
é necessária a ata da reunião para
provar que o valor devido pelo
Brasil teria sido reduzido para
US$ 13 mil. O documento ainda
não foi enviado ao país pelo Cade,
o que impediria o acerto final.
"Pedimos ao Rafael Duquela
[secretário-geral do Cade] o documento, mas ele não foi enviado.
Esse papel é necessário para prestarmos contas ao TCU [Tribunal
de Contas da União] depois",
afirma Garcia Júnior.
(ALF)
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