São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2004

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Incor diz ter alertado médico 4 vezes

DA REPORTAGEM LOCAL

O Incor alertou quatro vezes o médico Paulo Forte sobre o risco de morte que corria Serginho, segundo depoimento prestado pelo médico cardiologista Edimar Bocchi, ontem à polícia.
O último aviso foi em outubro, mês da morte de Serginho, quando Forte foi ao instituto se consultar por motivos de saúde.
Nenhum problema fora detectado no médico, que foi alertado novamente para o risco de morte que Serginho, a quem Forte afirmou considerar como um filho, corria se continuasse jogando.
Segundo Bocchi, Forte teria avisado o clube sobre esse risco, e afirmou que o time até providenciou um documento que deveria ser assinado pelo atleta, que queria jogar e se responsabilizaria por eventuais danos a sua saúde.
Mas a idéia do termo de responsabilidade foi abortada, porque segundo teriam dito advogados do clube, ele não daria proteção legal ao São Caetano.
O primeiro aviso sobre o risco de morte foi após o teste de exame ergoespirométrico, em fevereiro. Na seqüência, Forte foi alertado após o cateterismo (junho), e, depois, numa reunião (julho), na presença do zagueiro.
Quatro exames realizados em Serginho detectaram problemas :
1) Teste ergoespirométrico (teste de esforço físico em esteira), que diagnosticou "arritmia ventricular do coração". Após esse exame, foi dito a Serginho e a Forte que essa arritmia poderia acarretar o risco de morte durante a atividade esportiva;
2) Ressonância magnética, que detectou cardiomiopatia hipertrófica assimétrica (doença em que o coração incha) e mostrou anormalidade cardíaca, comprometimento da capacidade de concentração do coração discreta;
3) Cintilografia miocárdica (exame para detectar se há falta de sangue no coração), que apontou comprometimento da função da contração do coração e anormalidade no fluxo no coração;
4) Cateterismo (exame para detectar se há problema de fluxo ou obstrução nas artérias coronárias), que foi feito em junho, quatro meses após o pedido, e detectou anormalidade na capacidade de contração do coração, apontando ponte miocárdica e prolapso da válvula mitral. (KT E PG)


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