São Paulo, domingo, 20 de novembro de 2005

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Série B embola e todos têm chance no Recife

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro times, duas vagas, uma única rodada. A Série B será definida somente nos últimos minutos, no próximo sábado, com os dois confrontos decisivos sendo realizados no Recife. Ontem, o Grêmio venceu o Santa Cruz por 2 a 0 em casa e frustrou as chances de classificação antecipada dos rivais. No Canindé, o Náutico bateu a Portuguesa pelo mesmo placar.
Fora da elite do futebol há quatro anos, Pernambuco será palco da mais apertada decisão da Série B desde 2001. O Santa Cruz definirá seu futuro jogando contra a Portuguesa no estádio do Arruda às 16h, dependendo só de si.
O time paulista precisa ganhar e torcer para que o Náutico não bata o Grêmio na partida que será disputada no estádio dos Aflitos, também às 16h. Para subir, o Náutico precisa vencer. O Grêmio estará na Série A até com revés, desde que a Portuguesa vença.
A equipe paulista foi a principal derrotada na rodada de ontem. Jogando em casa e contando com maciça presença de público, a Portuguesa teve bom início, mas rapidamente passou a ser dominada pelo Náutico. No primeiro tempo, Celsinho, opaco, perdeu gol feito. O atacante de 17 anos ainda viu Kuki, com o dobro de sua idade, marcar para o Náutico em uma cobrança de falta que "furou" a barreira e entrou, devagar, no meio do gol de Gléguer.
Mesmo apostando na agressividade no segundo tempo, a Portuguesa amargou nova frustração com o anulado gol de Cléber, impedido. Pouco depois, aos 24min, o Náutico ampliou com Danilo, em chute cruzado. Gléguer ainda tocou na bola antes de entrar.
A chance de a Portuguesa diminuir o placar veio aos 30min da segunda etapa, quando Leandro Amaral se preparou para cobrar pênalti. Chutou fraco, rasteiro, na trave direita. Frustrada, a torcida da Portuguesa começou a deixar o Canindé e a hostilizar Celsinho.
"Dei azar na cobrança, mas precisamos ter a cabeça no lugar. Nada está definido", resumiu Leando Amaral. Johnson, atacante angolano da Portuguesa, deixou o gramado chorando bastante.
O Náutico comemorou a sobrevida na tabela. "Jogamos com garra, o placar só poderia ser este", disse o técnico Roberto Cavalo.
A tristeza do Náutico ficou por conta da morte, no Canindé, do torcedor Ronaldo Pantaleão, 27. Ele sofreu parada cardíaca quando seu time fez o primeiro gol.
Se a comemoração da torcida pernambucana no Canindé foi discreta, com cerca de 500 torcedores, o estádio Olímpico viveu uma tarde de euforia como há muito tempo não via. Mesmo aumentando o preço de algumas entradas, a diretoria do Grêmio conseguiu vender todos os 50.960 ingressos -maior público da história recente do Olímpico.
A equipe gaúcha correspondeu. Mesmo com Anderson no banco e sofrendo pressão inicial do Santa Cruz, o Grêmio impôs sua forte marcação e encerrou o primeiro tempo com 0 a 0. Aos 10min da segunda etapa, com as arquibancadas já dando sinais de impaciência, o uruguaio Lipatin, de cabeça, colocou o Grêmio na frente. E novamente ao lado de sua torcida.
Assustado, o Santa Cruz abriu espaços. O Grêmio aproveitou.
Aos 26 min, Marcel, também de cabeça, ampliou. No final, Anderson entrou, mas pouco fez.
Após o jogo, o Santa Cruz reclamou do tratamento gremista no Sul. Os gaúchos temem revide na decisão do próximo sábado.

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