São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Temporada questiona faro dos dirigentes

Figurantes do time fazem eficácia dos cartolas ser questionável em 2006

Muricy diz que cada jogador teve papel importante em determinado momento da trajetória da equipe até a conquista do campeonato

DA REPORTAGEM LOCAL

A destreza que o São Paulo sempre teve para formar seus times recentemente, especialmente no ano passado, parece ter não ter sido a mesma na temporada de 2006.
Sob o rótulo de clube que faz sempre as contratações exatas nos momentos certos, agora a diretoria são-paulina parece não ter tido o mesmo sucesso de anos anteriores, quando a simples indicação do então presidente Marcelo Portugal Gouvêa transformou o zagueiro uruguaio Lugano em um dos principais ídolos da equipe.
Alex Dias, Rodrigo Fabri, Lúcio, Ramalho e Lenílson não conseguiram se firmar com a camisa do clube e figuraram como meros coadjuvantes.
Para o técnico Muricy Ramalho, o importante é destacar a importância que cada atleta teve no decorrer da campanha.
"Procuro passar para cada um deles que cada jogador teve o seu momento especial", afirmou o treinador são-paulino.
Já para o superintendente Marco Aurélio Cunha, a equipe do Morumbi não pode ter sempre 100% de acerto. "Isso é risco calculado. Além disso, o São Paulo tem um histórico de jogadores que demoraram a vingar. Com Pedro Rocha, Dario Pereyra, Careca e Raí foi assim", afirmou o dirigente.
Neste ano, o caso mais latente é o de Alex Dias. Depois de cumprir o papel de goleador nos Nacionais de 2004 e 2005 pelo Vasco, o atacante não explodiu com a camisa são-paulina e hoje é uma das últimas opções de Muricy.
"O Alex teve um bom começo no São Paulo. Foi importante no Campeonato Paulista", ameniza Cunha, que, no entanto, concorda que Rodrigo Fabri é um dos casos em que o clube errou na mão. "Realmente o Rodrigo destoou", completou.
Trazido por indicação de Muricy Ramalho como mais uma grande sacada da diretoria, Fabri chegou a ser desligado da Libertadores pelos seguidos problemas físicos que enfrentou no clube.
Para o técnico, no entanto, ele pode ter uma segunda chance. "O Rodrigo não teve uma seqüência. Fica difícil falar dele", comentou Muricy.
Outro que engrossa a lista de reforços que se apagaram durante a temporada é o lateral-esquerdo Lúcio, envolvido em uma troca com o atacante Roger. Contratado do Palmeiras para fazer sombra a Júnior, é a terceira opção no setor, perdendo para Richarlyson.
Lenílson também vem ganhando chance no time principal, mas suas oscilações o deixam distante de ser uma realidade para a torcida. Mesmo na condição de artilheiro da equipe no Brasileiro, com oito gols, a diretoria ainda segue atrás de um substituto para Danilo, que está indo para o Japão.
O volante Ramalho, que veio para compor o setor, segue como simples reserva.
Apesar do sucesso da equipe no Brasileiro, a fase de contratações parece não ter sido ser mesmo de tapinhas nas costas para a diretoria são-paulina.
Em duas das investidas que vingaram, problemas extracampo fizeram o tiro sair pela culatra. O melhor exemplo foi o caso de Ricardo Oliveira, impedido de disputar a final da Libertadores no Rio Grande do Sul porque o Betis, da Espanha, não renovou o seu empréstimo por uma semana para que ele pudesse atuar no segundo jogo.
Já o equatoriano Reasco, que chegou a estrear na equipe, sofreu uma fratura por estresse.
O zagueiro André Dias é outro que quase entrou nesse quadro. Homem de confiança de Muricy Ramalho, o jogador ficou um período afastado da equipe em função de um imbróglio com o Goiás na Justiça. (TONI ASSIS)


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