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Brasil cai, se complica no Mundial e evoca 2002
De virada, França impõe a primeira derrota à seleção de vôlei no Japão
"Mordidos", atletas buscam inspiração para reagir na campanha do título, há 4 anos, quando também perderam na primeira fase
DA REPORTAGEM LOCAL
O time do técnico Bernardinho não pode mais errar se quiser buscar o bicampeonato no
Mundial de vôlei Japão.
A margem para erros foi perdida ontem. Apática, a seleção
assistiu à virada francesa e sofreu sua primeira derrota no
campeonato: 3 sets a 1.
Esse resultado será levado
para a segunda fase. Assim, a
equipe não pode mais perder
para manter altas suas chances
de avançar às semifinais.
O primeiro teste é amanhã,
às 5h, contra a frágil seleção da
Austrália. Depois, os brasileiros
encaram a invicta Alemanha,
que já está na segunda etapa, ao
lado da França.
Para superar o baque da derrota de ontem, os atletas brasileiros evocaram outra reação
protagonizada pelo grupo.
"Aconteceu isso também em
2002. Perdemos e não vimos a
cor da bola. Pouco a pouco fomos lá e conseguimos nosso
objetivo. Vai ser assim sempre", disse o oposto Anderson.
No Mundial da Argentina, a
seleção jogou mal e caiu diante
dos EUA por 3 a 2 na "decisão"
de seu grupo. A derrota abalou
o time e pôs o Brasil em caminho mais difícil rumo à final.
Para repetir 2002, Bernardinho vai pedir mais agressividade e tranqüilidade ao time. Exatamente o que faltou ontem.
"Tínhamos de ter paciência
para jogar. Já enfrentamos a
França nas finais da Liga Mundial [vitória brasileira na campanha do hexa, neste ano]. É
um time chato, que te deixa
nervoso porque você ataca, ataca, ataca, e eles sempre defendem. Quando tentamos fazer o
jogo, já era um pouco tarde",
afirmou Anderson.
O oposto foi um dos jogadores que ajudaram o Brasil a se
acertar. Depois de um excelente primeiro set, a seleção começou a errar muito -no total, foram 37 pontos cedidos, contra
32 dos adversários.
A França, por sua vez, ajustou o saque e a recepção e passou a massacrar os brasileiros.
Um esboço de reação só apareceu no quarto set. Quando já
estava bem atrás no placar,
Bernardinho sacou os titulares
Giba, muito marcado pelo bloqueio francês, e André Nascimento para as entradas de Murilo e Anderson.
De início, as mudanças não
surtiram efeito. Até que Dante,
maior pontuador do time, com
14 acertos, foi para o saque. O
placar mostrava 21 a 16.
Com a ajuda de saques potentes, que arrasaram a recepção francesa, a equipe empatou
o jogo em 22 a 22.
A partir daí, os times se alternaram na frente até Ricardinho
levantar uma bola espremida
na rede e cometer invasão: vitória francesa por 25/20, 22/25,
23/25 e 27/29.
""Talvez tenhamos posto
muita pressão em nós mesmos,
enquanto a França jogou tranqüila. Estávamos um pouco
nervosos e esperando por eles
em vez de atacarmos. Devemos
jogar mais duro e com mais vida. Temos que continuar lutando, senão será o fim", lamentou
Bernardinho após o jogo.
BRASIL - Ricardinho (2 pontos), André Nascimento (13), Dante (14), Giba (10), Gustavo (10),
Rodrigão (6) e Escadinha; Marcelinho, Anderson
(5), Murilo (2), Samuel e André Heller (3);
FRANÇA - Pujol (3), Granvorka (14), Antiga
(11), Samica (11), Dessources (6), Vadeleux
(17) e Exiga, Kapfer e Kilama
NA TV - Brasil x Austrália
Globo e Sportv, às 5h de amanhã
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