São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Brasil cai, se complica no Mundial e evoca 2002

De virada, França impõe a primeira derrota à seleção de vôlei no Japão

"Mordidos", atletas buscam inspiração para reagir na campanha do título, há 4 anos, quando também perderam na primeira fase

DA REPORTAGEM LOCAL

O time do técnico Bernardinho não pode mais errar se quiser buscar o bicampeonato no Mundial de vôlei Japão.
A margem para erros foi perdida ontem. Apática, a seleção assistiu à virada francesa e sofreu sua primeira derrota no campeonato: 3 sets a 1.
Esse resultado será levado para a segunda fase. Assim, a equipe não pode mais perder para manter altas suas chances de avançar às semifinais.
O primeiro teste é amanhã, às 5h, contra a frágil seleção da Austrália. Depois, os brasileiros encaram a invicta Alemanha, que já está na segunda etapa, ao lado da França.
Para superar o baque da derrota de ontem, os atletas brasileiros evocaram outra reação protagonizada pelo grupo.
"Aconteceu isso também em 2002. Perdemos e não vimos a cor da bola. Pouco a pouco fomos lá e conseguimos nosso objetivo. Vai ser assim sempre", disse o oposto Anderson.
No Mundial da Argentina, a seleção jogou mal e caiu diante dos EUA por 3 a 2 na "decisão" de seu grupo. A derrota abalou o time e pôs o Brasil em caminho mais difícil rumo à final.
Para repetir 2002, Bernardinho vai pedir mais agressividade e tranqüilidade ao time. Exatamente o que faltou ontem.
"Tínhamos de ter paciência para jogar. Já enfrentamos a França nas finais da Liga Mundial [vitória brasileira na campanha do hexa, neste ano]. É um time chato, que te deixa nervoso porque você ataca, ataca, ataca, e eles sempre defendem. Quando tentamos fazer o jogo, já era um pouco tarde", afirmou Anderson.
O oposto foi um dos jogadores que ajudaram o Brasil a se acertar. Depois de um excelente primeiro set, a seleção começou a errar muito -no total, foram 37 pontos cedidos, contra 32 dos adversários.
A França, por sua vez, ajustou o saque e a recepção e passou a massacrar os brasileiros.
Um esboço de reação só apareceu no quarto set. Quando já estava bem atrás no placar, Bernardinho sacou os titulares Giba, muito marcado pelo bloqueio francês, e André Nascimento para as entradas de Murilo e Anderson.
De início, as mudanças não surtiram efeito. Até que Dante, maior pontuador do time, com 14 acertos, foi para o saque. O placar mostrava 21 a 16.
Com a ajuda de saques potentes, que arrasaram a recepção francesa, a equipe empatou o jogo em 22 a 22.
A partir daí, os times se alternaram na frente até Ricardinho levantar uma bola espremida na rede e cometer invasão: vitória francesa por 25/20, 22/25, 23/25 e 27/29.
""Talvez tenhamos posto muita pressão em nós mesmos, enquanto a França jogou tranqüila. Estávamos um pouco nervosos e esperando por eles em vez de atacarmos. Devemos jogar mais duro e com mais vida. Temos que continuar lutando, senão será o fim", lamentou Bernardinho após o jogo.


BRASIL - Ricardinho (2 pontos), André Nascimento (13), Dante (14), Giba (10), Gustavo (10), Rodrigão (6) e Escadinha; Marcelinho, Anderson (5), Murilo (2), Samuel e André Heller (3);
FRANÇA - Pujol (3), Granvorka (14), Antiga (11), Samica (11), Dessources (6), Vadeleux (17) e Exiga, Kapfer e Kilama

NA TV - Brasil x Austrália
Globo e Sportv, às 5h de amanhã


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