São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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Segundo pesquisa Datafolha, treinador do Corinthians tem 19% de apoio; Zagallo é o segundo

Parreira é o preferido para assumir Brasil pós-penta

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Alberto Parreira, 59, é o nome preferido da população brasileira para dirigir a seleção.
Segundo pesquisa Datafolha, 19% dos entrevistados, ao serem questionados espontaneamente sobre quem deveria substituir Luiz Felipe Scolari no comando da equipe nacional, citaram o atual técnico do Corinthians. Mario Jorge Lobo Zagallo, 71, aparece em segundo lugar, com 12%.
O levantamento, em que foram entrevistadas 14.559 pessoas em todo o país, foi feito entre os dias 9 e 11 deste mês, antes do segundo jogo da final do Brasileiro-2002.
Emerson Leão, técnico do Santos, que ganhou a competição batendo duas vezes o Corinthians de Parreira, teve seu nome lembrado por 5% dos entrevistados.
Wanderley Luxemburgo aparece com 4%, e Oswaldo de Oliveira, o mais cotado para assumir a seleção, com 3%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Cinquenta por cento dos entrevistados não souberam ou não quiseram citar o nome de algum treinador para assumir a seleção.
Parreira foi mais lembrado especialmente pelos homens -30% do universo masculino-, os mais escolarizados -30% entre os que têm nível superior- e os que ganham mais de cinco salários mínimos -também 30%.
Destacou-se ainda entre os que têm muito interesse por futebol -37%-, os torcedores do Fluminense -34%-, os paulistas -26%- e os moradores do Estado de São Paulo -23%.
"Estou grato pelo reconhecimento, embora não chegue a me comover", disse Parreira, por telefone, ao explicar, mais uma vez, que não pensa em voltar a dirigir o Brasil. "Foi tudo muito pensado, minha decisão está tomada. Posso ajudar [a CBF], mas não mais como técnico."
"Tenho saúde, entusiasmo e experiência suficientes [para comandar a seleção], mas o que fazem com o treinador em quatro anos é desumano", completou.
Para Zagallo, o segundo na preferência popular, o resultado da pesquisa representa um reconhecimento, embora tardio, pelo tetracampeonato em 1994 -Parreira era o técnico da seleção, e Zagallo, o coordenador técnico.
"No começo muita gente reclamava, dizia que só ganhamos nos pênaltis, mas hoje em dia todos sabem que foi aquela equipe que recolocou o Brasil em seu devido lugar. Após 24 anos, voltamos a ser os melhores do mundo."
Mesmo se considerando apto a dirigir a seleção mais uma vez, Zagallo, que foi campeão como técnico em 1970, quarto colocado em 1974 e vice em 1998, diz que sua despedida como treinador deu-se mesmo no amistoso contra a Coréia, realizado no mês passado.
Leão, que aparece em terceiro na pesquisa, empatado tecnicamente com Luxemburgo e Oliveira, também já deixou claro que não volta à seleção, pelo menos enquanto a Confederação Brasileira de Futebol continuar sob o comando de Ricardo Teixeira.
"Com ele, nunca mais", afirmou o treinador, mais de uma vez, após ter se sagrado campeão brasileiro deste ano pelo Santos.
Leão não se conformou com sua demissão da seleção, no ano passado, depois de ter perdido a Copa das Confederações -ele ficou menos de oito meses no cargo.


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