São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Executivo da TV afirma que não entra em leilão e que emissora tem direito assegurado sobre o Nacional até 2005

Globo diz ser impossível perder Brasileiro

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

Em meio ao leilão que os clubes promovem para aumentar o preço do Brasileiro-2003, a TV Globo, que por contrato detém os direitos do torneio até 2005, afirmou que é "impossível" ela não transmitir a competição.
O principal executivo da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, afirmou à Folha que a emissora não abrirá mão do direito que já possui contratualmente e que não há hipótese de outra rede de televisão exibir o Nacional.
"O que os clubes ainda não entenderam é que existe um contrato em vigor e que é impossível que a Globo perca os direitos. Não entraremos em leilão. Em 2003, o Brasileiro será transmitido na Globo. Isso é líquido e certo", declarou Campos Pinto.
Baseado no contrato, a Globo já vendeu cinco cotas de patrocínio no valor de R$ 57 milhões cada uma pelo pacote futebol, que obviamente incluiu o Nacional.
A emissora diz ainda não descartar entrar na Justiça para ver seu direito preservado. A emissora pode, então, pedir uma arbitragem judicial para determinar o "real" valor do torneio e depositaria o dinheiro da cota em juízo.
Nas duas últimas semanas, integrantes da comissão criada pelo Clube dos 13 para negociar os direitos conversaram com representantes do SBT e da Record, que ofereceram R$ 200 milhões e R$ 150 milhões, respectivamente.
Pelo contrato em vigor, assinado em 1999, a Globo teria que pagar US$ 85 milhões (cerca de R$ 297 milhões) pela competição.
Mas, desde o ano passado, a emissora carioca vem renegociando para baixo os direitos esportivos. Em vez de US$ 80 milhões, desembolsou R$ 136 milhões pelo Brasileiro-2002. Também diminuiu a cota da seleção brasileira e da Copa do Brasil.
A Globo Esportes alega que a renegociação é um fenômeno mundial. E que a subida da cotação do dólar tornou inviável o pagamento do acordado inicialmente.
Na última reunião com o C13, na Gávea, a Globo não aumentou sua oferta. Quer pagar R$ 130 milhões pela TV aberta, R$ 20 milhões pela fechada e estima arrecadação de R$ 40 milhões com o pay-per-view e outros R$ 20 milhões com um título de capitalização, totalizando R$ 210 milhões.
Os clubes batem o pé. Afirmam que o que a Globo oferece é pouco. "Não é possível que a TV não cumpra o que estava no contrato por mais um ano. Temos que buscar alternativas", disse o são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa, que integra a comissão do C13.


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