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FUTEBOL
Executivo da TV afirma que não entra em leilão e que emissora tem direito assegurado sobre o Nacional até 2005
Globo diz ser impossível perder Brasileiro
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Em meio ao leilão que os clubes
promovem para aumentar o preço do Brasileiro-2003, a TV Globo, que por contrato detém os direitos do torneio até 2005, afirmou que é "impossível" ela não
transmitir a competição.
O principal executivo da Globo
Esportes, Marcelo Campos Pinto,
afirmou à Folha que a emissora
não abrirá mão do direito que já
possui contratualmente e que não
há hipótese de outra rede de televisão exibir o Nacional.
"O que os clubes ainda não entenderam é que existe um contrato em vigor e que é impossível que
a Globo perca os direitos. Não entraremos em leilão. Em 2003, o
Brasileiro será transmitido na
Globo. Isso é líquido e certo", declarou Campos Pinto.
Baseado no contrato, a Globo já
vendeu cinco cotas de patrocínio
no valor de R$ 57 milhões cada
uma pelo pacote futebol, que obviamente incluiu o Nacional.
A emissora diz ainda não descartar entrar na Justiça para ver
seu direito preservado. A emissora pode, então, pedir uma arbitragem judicial para determinar o
"real" valor do torneio e depositaria o dinheiro da cota em juízo.
Nas duas últimas semanas, integrantes da comissão criada pelo
Clube dos 13 para negociar os direitos conversaram com representantes do SBT e da Record, que
ofereceram R$ 200 milhões e R$
150 milhões, respectivamente.
Pelo contrato em vigor, assinado em 1999, a Globo teria que pagar US$ 85 milhões (cerca de R$
297 milhões) pela competição.
Mas, desde o ano passado, a
emissora carioca vem renegociando para baixo os direitos esportivos. Em vez de US$ 80 milhões, desembolsou R$ 136 milhões pelo Brasileiro-2002. Também diminuiu a cota da seleção
brasileira e da Copa do Brasil.
A Globo Esportes alega que a renegociação é um fenômeno mundial. E que a subida da cotação do
dólar tornou inviável o pagamento do acordado inicialmente.
Na última reunião com o C13,
na Gávea, a Globo não aumentou
sua oferta. Quer pagar R$ 130 milhões pela TV aberta, R$ 20 milhões pela fechada e estima arrecadação de R$ 40 milhões com o
pay-per-view e outros R$ 20 milhões com um título de capitalização, totalizando R$ 210 milhões.
Os clubes batem o pé. Afirmam
que o que a Globo oferece é pouco. "Não é possível que a TV não
cumpra o que estava no contrato
por mais um ano. Temos que buscar alternativas", disse o são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa,
que integra a comissão do C13.
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