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AUTOMOBILISMO
Grupo alemão precisa pagar suas dívidas
Kirch oferece ações, e montadoras agora ficam perto de controlar F-1
DA REDAÇÃO
As montadoras de automóveis
nunca estiveram tão perto de controlar a F-1. Ontem, o grupo alemão KirchMedia, que detém 58%
da holding que comanda a categoria, ofereceu suas ações para a
GPWC, empresa que reúne as fábricas envolvidas com o esporte.
Junto com o lote, provavelmente iriam outros 17% que pertencem à EM.TV, associada da Kirch.
A venda da participação na F-1
foi a saída encontrada por Leo
Kirch, presidente do conglomerado de mídia, para saldar dívidas
estimadas em US$ 4,5 bilhões.
Um terço dessa dívida, resultante de empréstimos tomados junto
a bancos, vence em quatro meses.
Outra fatia de US$ 1,5 bilhão
vence em outubro e tem um único credor: a News Corp, do australiano Rupert Murdoch.
Kirch já ofereceu as ações da
SLEC (a holding criada por Bernie
Ecclestone e que comanda comercialmente a F-1) para Murdoch, que logo recusou o acordo.
Diante da negativa de Murdoch
em receber o controle da SLEC, a
atitude seguinte de Kirch foi tentar revender os papéis para Ecclestone por US$ 700 milhões.
O preço pode ser considerado
uma "ninharia", pois o inglês faturou US$ 1,4 bilhão ao vendê-las.
Ecclestone também não aceitou
a proposta, talvez esperando uma
redução ainda maior no preço.
Agora, Kirch recorre à sua terceira opção. Possivelmente, a última com cacife para assumir o negócio: as montadoras de automóveis, que há anos manifestam desejo de controlar a F-1.
Em abril de 2001, essas fábricas
fundaram uma empresa para gerir seus negócios na categoria, a
GPWC. As associadas têm poder
sobre 8 das 11 equipes do grid.
As montadoras negam as negociações, embora a Kirch já tenha
deixado a notícia vazar. "Não estamos conversando com a Kirch
ou Ecclestone sobre a compra das
ações", disse Juergen Hubbert,
presidente da Mercedes-Benz.
A principal motivação das
montadoras é garantir que os GPs
serão exibidos em TV aberta.
Desde que Ecclestone começou a
se desfazer da holding, as fábricas
vivem sob ameaça de verem suas
marcas "escondidas" na TV paga.
Para a GPWC, portanto, a crise
da Kirch veio em boa hora, pois
dificilmente elas conseguiriam
um preço tão baixo pelo negócio.
Com agências internacionais
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