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FUTEBOL
Para economizar, entidade corta viagens de avião na Copa do Brasil
CBF manda árbitros irem trabalhar de ônibus
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de ter fechado o ano de
2002 com superávit recorde de R$
9 milhões, descontados todos os
impostos, a CBF (Confederação
Brasileira de Futebol) decidiu
obrigar os árbitros a viajar de ônibus na Copa do Brasil.
Desde o início do mês, o presidente da Comissão Nacional de
Arbitragem da entidade, Armando Marques, está determinando
que os profissionais de arbitragem troquem os aviões pelos ônibus em viagens de até 500 quilômetros na competição. Isso nunca havia ocorrido nas edições anteriores do segundo mais importante torneio do futebol nacional.
Caso seja desrespeitada a orientação, o órgão informa que os clubes só vão reembolsar o árbitro
com o valor máximo de uma tarifa de ônibus-leito para a cidade
onde for disputada a partida.
"Nós só somos lembrados
quando erramos. Ninguém se
preocupa com o nosso bem-estar", disse o presidente da Anaf
(Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), Márcio Rezende
Freitas, que ainda está atuando.
Com a nova determinação, quase todos os árbitros e auxiliares
escalados para as 21 partidas da
rodada desta semana da Copa do
Brasil foram trabalhar de ônibus.
Para obrigar o maior número de
árbitros a não ir de avião, Marques fez uma escala regionalizada. Quase todos os grupos de arbitragem eram de Estados vizinhos ao dos locais dos jogos.
O árbitro carioca Sérgio Cristiano e os auxiliares Francisco Vitor
e Eurivaldo Faria, ambos do Rio,
para trabalhar na partida do Ituano (2 a 0 no Coritiba), tiveram de
pegar dois ônibus para ir a Itu.
"Estamos dispostos a colaborar,
mas deixamos claro que não podemos ser sacrificados durante
toda a competição. O Armando
Marques disse que iria nos ajudar", declarou Rezende, que também recebeu a promessa do dirigente de que a medida não será
adotada no Campeonato Brasileiro, que terá nesta temporada quase nove meses de duração.
"O mundo inteiro está com problemas. É uma questão de custo.
Por isso vamos colocar os juízes
nos ônibus", disse Marques.
Um bom exemplo para a regionalização das arbitragens na Copa
do Brasil aconteceu na derrota do
São Paulo para o São Raimundo
anteontem (0 a 2). O juiz da partida, Marcos Antônio Barros Café,
é do Acre, Estado vizinho ao
Amazonas, onde ocorreu o jogo.
A assessoria de imprensa da
CBF alegou que a decisão de obrigar árbitros a trocarem na Copa
do Brasil o avião pelo ônibus, para
as viagens de menos de 500 quilômetros, foi adotada para ajustar a
situação deles à realidade do futebol nacional. Segundo a entidade
que dirige a modalidade no país,
times que participam do torneio
fazem o percurso de ônibus.
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