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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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BOXE

Sem unificação

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há planos para Popó unificar cinturões, ao menos no futuro próximo. A admissão vem de sua própria equipe.
O promotor de Popó, o norte-americano Arthur Pelullo, reiterou, nesta semana, durante contato telefônico com esta coluna, que a participação do brasileiro em novas unificações de títulos não figura nos planos. As últimas notícias com relação a esse assunto prosseguem desanimadoras.
O americano recebeu resposta do empresário do tailandês Sirimongkol Singwancha, dono do cinturão do Conselho Mundial de Boxe. Para deixar seu campeão enfrentar Popó, pediu opções em relação ao contrato do brasileiro. Isso quer dizer que, se Popó batesse Singwancha, a equipe do tailandês passaria a controlá-lo (ao menos temporariamente).
"Obviamente, quem faz uma proposta como essa não quer unificação", resumiu o promotor.
Quanto ao salvadorenho Carlos "Famosito" Hernandez, dono do cinturão dos superpenas da Federação Internacional de Boxe, a situação não é muito melhor.
"Falei com Bob Arum, promotor de Hernandez. Ofereci centenas de milhares de dólares, mas, além de não ter demonstrado interesse em unificar agora, ele acrescentou que a primeira defesa de Hernandez deveria ser em El Salvador, a sua terra natal, contra outro adversário", disse.
Um lutador que está sendo sondado para pegar Popó é o argentino Jorge "La Hiena" Barrios.
E, embora Antonio Garrido, advogado de Popó, admita que é sempre desejável ter mais um cinturão, as taxas cobradas pelas entidades são um empecilho.
"As taxas prejudicam o atleta que unifica. As entidades cobram 3% da bolsa do campeão por cada defesa de título. Então, se Popó ficar com os quatro principais títulos [CMB, AMB, FIB e OMB], terá 12% deduzidos de sua bolsa? A AMB pelo menos diminuiu para 1,5%. A OMB, infelizmente, não colabora", explica Garrido.
Enquanto isso, em eventos públicos ou promocionais, o baiano lança a sua cortina de fumaça.
Quanto à luta de domingo, voltou a ser divertido ver Popó.
Depois de assistir a dois combates nos quais o brasileiro mais boxeou do que brigou, contra Joel "Cepillo" Casamayor e Daniel "The Prophet" Attah (sem contar a luta com Al Kotey, que também terminou por pontos), foi bom o campeão superpena voltar a obter vitória por nocaute.
Não vamos discutir a diferença da qualidade dos rivais de Popó naquelas três lutas e nesta última -"Ranchero" Ramirez vai baixar de categoria para pena ou supergalo-, mas, convenhamos, é mais divertido ver uma briga franca do que uma luta tática.
Cheguei a achar que o baiano havia perdido de vez o instinto de finalizador. É que o brasileiro havia parado de nocautear justamente quando o porto-riquenho Oscar Suarez e o brasileiro Ulisses Pereira assumiram seu córner.
Dava a impressão que o plano deles era transformar Popó em um boxeador técnico, colocando para sempre em segundo plano seu maior trunfo: a habilidade em terminar uma luta ao perceber que o oponente está ferido.

Hoje
A preparação da seleção brasileira amadora permanente para o Pan de Santo Domingo-2003 é o tema do programa "Histórias do Esporte" que vai ao ar na ESPN Brasil, hoje à noite, a partir das 21h.

Amanhã
Jesus Chávez e Carlos Gerena disputam amanhã, nos EUA, eliminatória pelo direito a desafiar pelo título superpena do CMB.

Mais para a frente
Depois de perder o título dos pesados do Pride (mais prestigioso torneio de vale-tudo ao lado do UFC) no fim de semana, para o russo Emiliamenco Fedor, Rodrigo "Minotauro" Nogueira retoma os treinos em uns 25 dias. Seu time discute quais serão próximos passos.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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