|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
Sem unificação
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há planos para Popó
unificar cinturões, ao menos
no futuro próximo. A admissão
vem de sua própria equipe.
O promotor de Popó, o norte-americano Arthur Pelullo, reiterou, nesta semana, durante contato telefônico com esta coluna,
que a participação do brasileiro
em novas unificações de títulos
não figura nos planos. As últimas
notícias com relação a esse assunto prosseguem desanimadoras.
O americano recebeu resposta
do empresário do tailandês Sirimongkol Singwancha, dono do
cinturão do Conselho Mundial de
Boxe. Para deixar seu campeão
enfrentar Popó, pediu opções em
relação ao contrato do brasileiro.
Isso quer dizer que, se Popó batesse Singwancha, a equipe do tailandês passaria a controlá-lo (ao
menos temporariamente).
"Obviamente, quem faz uma
proposta como essa não quer unificação", resumiu o promotor.
Quanto ao salvadorenho Carlos
"Famosito" Hernandez, dono do
cinturão dos superpenas da Federação Internacional de Boxe, a situação não é muito melhor.
"Falei com Bob Arum, promotor de Hernandez. Ofereci centenas de milhares de dólares, mas,
além de não ter demonstrado interesse em unificar agora, ele
acrescentou que a primeira defesa de Hernandez deveria ser em
El Salvador, a sua terra natal,
contra outro adversário", disse.
Um lutador que está sendo sondado para pegar Popó é o argentino Jorge "La Hiena" Barrios.
E, embora Antonio Garrido, advogado de Popó, admita que é
sempre desejável ter mais um cinturão, as taxas cobradas pelas entidades são um empecilho.
"As taxas prejudicam o atleta
que unifica. As entidades cobram
3% da bolsa do campeão por cada defesa de título. Então, se Popó
ficar com os quatro principais títulos [CMB, AMB, FIB e OMB],
terá 12% deduzidos de sua bolsa?
A AMB pelo menos diminuiu para 1,5%. A OMB, infelizmente,
não colabora", explica Garrido.
Enquanto isso, em eventos públicos ou promocionais, o baiano
lança a sua cortina de fumaça.
Quanto à luta de domingo, voltou a ser divertido ver Popó.
Depois de assistir a dois combates nos quais o brasileiro mais boxeou do que brigou, contra Joel
"Cepillo" Casamayor e Daniel
"The Prophet" Attah (sem contar
a luta com Al Kotey, que também
terminou por pontos), foi bom o
campeão superpena voltar a obter vitória por nocaute.
Não vamos discutir a diferença
da qualidade dos rivais de Popó
naquelas três lutas e nesta última
-"Ranchero" Ramirez vai baixar de categoria para pena ou supergalo-, mas, convenhamos, é
mais divertido ver uma briga
franca do que uma luta tática.
Cheguei a achar que o baiano
havia perdido de vez o instinto de
finalizador. É que o brasileiro havia parado de nocautear justamente quando o porto-riquenho
Oscar Suarez e o brasileiro Ulisses
Pereira assumiram seu córner.
Dava a impressão que o plano
deles era transformar Popó em
um boxeador técnico, colocando
para sempre em segundo plano
seu maior trunfo: a habilidade
em terminar uma luta ao perceber que o oponente está ferido.
Hoje
A preparação da seleção brasileira amadora permanente para o Pan
de Santo Domingo-2003 é o tema do programa "Histórias do Esporte" que vai ao ar na ESPN Brasil, hoje à noite, a partir das 21h.
Amanhã
Jesus Chávez e Carlos Gerena disputam amanhã, nos EUA, eliminatória pelo direito a desafiar pelo título superpena do CMB.
Mais para a frente
Depois de perder o título dos pesados do Pride (mais prestigioso torneio de vale-tudo ao lado do UFC) no fim de semana, para o russo
Emiliamenco Fedor, Rodrigo "Minotauro" Nogueira retoma os treinos em uns 25 dias. Seu time discute quais serão próximos passos.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Barrichello pode se ver livre do Hans Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: O troféu e as estatuetas Índice
|