|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MARKETING
Faixas do COC são expostas em estádios do Mundial
Propaganda de colégio é investigada pela Fifa
DO ENVIADO A ULSAN
Uma empresa brasileira tem se
beneficiado de propaganda exibida nas arquibancadas dos estádios da Copa sem que ela seja
uma das patrocinadoras oficiais.
A logomarca do COC, rede paulista de escolas, foi mostrada em
ao menos seis partidas.
No mínimo uma faixa com o
nome da empresa foi exibida em
cada um dos quatro primeiros jogos da seleção brasileira, três deles
na Coréia do Sul e um no Japão.
Além disso, apareceu em pelo
menos outras duas partidas.
As faixas são brancas e trazem o
nome da empresa em letras verdes, de forma semelhante à que
aparece em sua logomarca.
A Fifa, responsável pela organização da Copa, permite apenas
que as empresas que têm contratos de patrocinadores ou fornecedores oficiais do torneio façam
publicidade dentro dos estádios.
Procurada pela Folha, a Fifa
Marketing diz que analisa a situação da empresa brasileira.
"Estamos investigando o caso",
afirma Paul Ruschetti, diretor de
comunicações da empresa, que é
o braço da Fifa responsável pela
publicidade oficial da Copa.
A primeira aparição do COC
ocorreu justamente no jogo de
abertura, entre França e Senegal.
A faixa foi colocada, no segundo
tempo, ao lado do campo, de frente para as câmeras de TV, na lateral direita do ataque francês.
Outro jogo em que ela apareceu
foi no duelo entre Espanha e Irlanda, pelas oitavas-de-final.
A logomarca passou a ser exibida pouco antes dos 30min do primeiro tempo, quando foi retirada
a bandeira do Brasil que a deixava
semi-encoberta. A localização da
publicidade também era privilegiada: aparecia de frente para as
câmeras, no meio do gramado.
Mesmo local onde a bandeira
era exibida na estréia da seleção
brasileira, contra a Turquia.
Nesse jogo, uma segunda faixa
foi colocada, poucos metros à direita da primeira, também de
frente para as câmeras, assim que
começou o segundo tempo.
O nome do COC apareceu de
novo na partida seguinte, contra a
seleção da China. Passou a ser exibida pouco depois de o lateral-esquerdo Roberto Carlos marcar o
primeiro gol brasileiro.
Mais uma vez, estava próxima à
linha divisória do gramado, virada para as câmeras de TV. No segundo tempo, foi deslocada para
o lado em que o Brasil atacava.
No duelo do Brasil contra a Costa Rica, uma faixa também foi
mostrada na lateral do gramado,
de novo dependurada na beirada
da arquibancada. No primeiro
tempo do jogo contra a Bélgica,
na segunda-feira, a faixa estava
atrás do gol de Marcos. Depois, na
etapa final, o nome do COC apareceu na lateral esquerda do ataque da seleção brasileira, novamente de frente para as câmeras.
A Fifa Marketing diz permitir
apenas o uso de bandeiras e faixas
de grupos de torcedores se não
houver exploração comercial do
espaço dentro do estádios.
Para diferenciar o que é permitido do que não é, segundo Ruschetti, a agência da Fifa usa o
"senso comum".
Quando concluem que há uso
do espaço para publicidade de
empresas, os funcionários da Fifa
Marketing nos estádios intervêm.
Ruschetti diz que casos de publicidade irregular têm acontecido em todos os jogos até aqui.
"O procedimento normal é pedir para as pessoas tirarem as faixas", afirma ele. Segundo Ruschetti, a publicidade sempre é retirada -se o responsável por ela
se recusar a fazê-lo, pode ser expulso do estádio.
(ROBERTO DIAS)
Texto Anterior: Perfil: Xerife sul-coreano saboreia sucesso em seu quarto Mundial Próximo Texto: Mídia: Caderno "Copa 2002" recebe a aprovação de 96% dos leitores Índice
|