São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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MARKETING

Faixas do COC são expostas em estádios do Mundial

Propaganda de colégio é investigada pela Fifa

DO ENVIADO A ULSAN

Uma empresa brasileira tem se beneficiado de propaganda exibida nas arquibancadas dos estádios da Copa sem que ela seja uma das patrocinadoras oficiais.
A logomarca do COC, rede paulista de escolas, foi mostrada em ao menos seis partidas.
No mínimo uma faixa com o nome da empresa foi exibida em cada um dos quatro primeiros jogos da seleção brasileira, três deles na Coréia do Sul e um no Japão.
Além disso, apareceu em pelo menos outras duas partidas.
As faixas são brancas e trazem o nome da empresa em letras verdes, de forma semelhante à que aparece em sua logomarca.
A Fifa, responsável pela organização da Copa, permite apenas que as empresas que têm contratos de patrocinadores ou fornecedores oficiais do torneio façam publicidade dentro dos estádios.
Procurada pela Folha, a Fifa Marketing diz que analisa a situação da empresa brasileira.
"Estamos investigando o caso", afirma Paul Ruschetti, diretor de comunicações da empresa, que é o braço da Fifa responsável pela publicidade oficial da Copa.
A primeira aparição do COC ocorreu justamente no jogo de abertura, entre França e Senegal.
A faixa foi colocada, no segundo tempo, ao lado do campo, de frente para as câmeras de TV, na lateral direita do ataque francês.
Outro jogo em que ela apareceu foi no duelo entre Espanha e Irlanda, pelas oitavas-de-final.
A logomarca passou a ser exibida pouco antes dos 30min do primeiro tempo, quando foi retirada a bandeira do Brasil que a deixava semi-encoberta. A localização da publicidade também era privilegiada: aparecia de frente para as câmeras, no meio do gramado.
Mesmo local onde a bandeira era exibida na estréia da seleção brasileira, contra a Turquia.
Nesse jogo, uma segunda faixa foi colocada, poucos metros à direita da primeira, também de frente para as câmeras, assim que começou o segundo tempo.
O nome do COC apareceu de novo na partida seguinte, contra a seleção da China. Passou a ser exibida pouco depois de o lateral-esquerdo Roberto Carlos marcar o primeiro gol brasileiro.
Mais uma vez, estava próxima à linha divisória do gramado, virada para as câmeras de TV. No segundo tempo, foi deslocada para o lado em que o Brasil atacava.
No duelo do Brasil contra a Costa Rica, uma faixa também foi mostrada na lateral do gramado, de novo dependurada na beirada da arquibancada. No primeiro tempo do jogo contra a Bélgica, na segunda-feira, a faixa estava atrás do gol de Marcos. Depois, na etapa final, o nome do COC apareceu na lateral esquerda do ataque da seleção brasileira, novamente de frente para as câmeras.
A Fifa Marketing diz permitir apenas o uso de bandeiras e faixas de grupos de torcedores se não houver exploração comercial do espaço dentro do estádios.
Para diferenciar o que é permitido do que não é, segundo Ruschetti, a agência da Fifa usa o "senso comum".
Quando concluem que há uso do espaço para publicidade de empresas, os funcionários da Fifa Marketing nos estádios intervêm.
Ruschetti diz que casos de publicidade irregular têm acontecido em todos os jogos até aqui.
"O procedimento normal é pedir para as pessoas tirarem as faixas", afirma ele. Segundo Ruschetti, a publicidade sempre é retirada -se o responsável por ela se recusar a fazê-lo, pode ser expulso do estádio. (ROBERTO DIAS)



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