São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010 |
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JUCA KFOURI O sacrifício de Kaká
KAKÁ DESMENTIRÁ, assim como o médico da seleção brasileira. Mas o fato é que ele está sofrendo para jogar esta Copa do Mundo e pode, como Guga, até encerrar sua bela trajetória no futebol muito mais rapidamente do que gostaria. O mesmo problema que o maior tenista brasileiro de todos os tempos enfrentou no quadril Kaká enfrenta no púbis, segundo confidências de médico para médico que chegaram ao conhecimento da coluna horas antes de o Brasil enfrentar a Costa do Marfim. E foi Kaká, que nada fazia em campo, o responsável por 60% do primeiro gol brasileiro, pouco depois da metade do primeiro tempo, em belíssima tabela com Luis Fabiano que culminou com um passe perfeito dele e um arremate irrepreensível, e difícil, do centroavante, que se recupera. Por isso Kaká joga, porque pode desequilibrar num lance, coisa que Drogba, igualmente sacrificado, não conseguia. Foi de Kaká, ainda, o passe para o terceiro gol, de Elano, em bela ida à linha de fundo. Beleza, aliás, não faltou na vitória por 3 a 1 sobre os marfinenses, que tiveram Drogba apenas para marcar seu gol de honra, no fim do jogo, sem nada mudar na classificação brasileira às oitavas de final, como a Holanda. Porque o segundo gol, de novo de Luis Fabiano, Pelé assinaria, com três chapéus que, digamos liberalmente, anulam a matada com o braço que antecedeu o arremate. Mas voltemos a Kaká. Precisando ganhar ritmo, sua expulsão é de se lamentar, tanto que ele apanhou para reagir com duas carícias desnecessárias e avaliadas com excesso de rigor pelo árbitro francês: cartões amarelo e vermelho, e ele não irá enfrentar Portugal. O bom menino, disposto ao sacrifício que está fazendo para ter a sua Copa do Mundo inesquecível, não sabe ser mau, e nem deveria tentar, porque alguém castiga. Finalmente, por falar em castigo, que alguém convença Dunga de que castigar não é a solução. Porque, se a Alemanha tinha goleado e já perdeu, se a Argentina goleou e ainda não está classificada, o time dele, ainda sem jogar com brilho, evoluiu, como se começasse a repetir a toada tanto da Copa América como da Copa das Confederações. De bronca em bronca, e castigo nos perguntadores indiscretos. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Tostão: Belíssima vitória Próximo Texto: Raridade, Kaká leva o vermelho Índice |
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