São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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Raridade, Kaká leva o vermelho

Camisa 10 dá passes para dois gols e divide-se entre satisfação e tristeza

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Depois da estreia pífia na Copa, o meia-atacante Kaká rompeu a desconfiança diante da Costa do Marfim.
Ontem, no Soccer City, ele foi decisivo, deu dois passes para os gols da seleção, não fugiu das divididas e ainda protagonizou um fato raro em sua carreira. Foi expulso.
""Fico triste, mas não quero dar a minha opinião sobre o árbitro. É só olhar a imagem", afirmou o meia-atacante, ao deixar o estádio em Soweto. Antes, o jogador do Real Madrid só tinha recebido cartão vermelho outras duas vezes, ainda na época em que defendia o São Paulo.
Ele dissera pouco antes que, em conversa com Drogba durante a confusão no campo, contou não ter feito ""nada" contra o adversário.
Kaká foi expulso aos 43min do segundo tempo ao dar um encontrão em Keita.
No lance, o marfinense foi atingido no peito e caiu no chão com a mão no rosto. Como o brasileiro já havia recebido o amarelo por trocar entradas fortes com os africanos, acabou expulso do jogo.
""Não tenho muito o que falar. Fazia muito tempo que isso não acontecia, mas tenho que começar a ver o lado positivo. Agora, vou ter tempo para fortalecer a musculatura e continuar trabalhando."
A expulsão de Kaká foi a primeira de um jogador da seleção em uma Copa desde 2002. Naquele Mundial, disputado na Coreia do Sul e no Japão, o meia-atacante Ronaldinho recebeu o cartão vermelho na vitória de virada contra a Inglaterra, por 2 a 1, pelas quartas de final.
Kaká era a principal dúvida de Dunga para a Copa- -2010. Desde dezembro, ele sofreu uma série de contusões no púbis e na coxa e desfalcou o Real Madrid por meses. Quando o jogador se apresentou na preparação em Curitiba, estava sem jogar havia mais de um mês.
""A partir de agora, tenho que ter paciência e me preparar para as oitavas", afirmou o atleta, satisfeito consigo.
"Participei de dois gols, e o Brasil se classificou. Isso foi ótimo. O resultado nos dá tranquilidade, mas não podemos relaxar", afirmou Kaká, que considerou o jogo ""duro, tirando um ou outro lance de maldade". (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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