São Paulo, Segunda-feira, 21 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Presidente culpa árbitros por perda do Paulista
Palmeiras se julga "operado" em torneio

da Reportagem Local

O Palmeiras deixou o Paulista-99 culpando as arbitragens pela sua eliminação do torneio.
O presidente do clube, Mustafá Contursi, declarou que o time foi "operado" pelas arbitragens durante a competição e entrou em divergência com o presidente daFPF, Eduardo José Farah.
Irritado com o desfecho do principal torneio organizado pela entidade, Farah afirmou que o Palmeiras teve responsabilidade direta na pancadaria que encerrou a partida.
"A briga foi pura falta de comando do Palmeiras. Os clubes têm que escolher. Com quem quer ganhar tudo, acontece isso aí", disse Farah, que confirmou ontem a multa de R$ 750 mil ao clube pela escalação de um time reserva no primeiro jogo da final.
Normalmente recluso, o presidente palmeirense esteve ontem nos vestiários do time, onde rebateu Farah e se queixou de suposta perseguição ao clube.
"Não sei se é algo que parte da federação, mas o fato é que, no Paulista, o Palmeiras vem sendo "operado" em todos os seus órgãos desde aquele jogo contra a Lusa (pela segunda fase)", afirmou Contursi.
"A verdade é que, desde aquela arbitragem do Castrilli (pelo Paulista-98, em que a árbitro argentino Javier Castrilli prejudicou a Lusa em partida decisiva contra o Corinthians), a gente tem que ficar com uma pulga atrás da orelha com relação ao nosso adversário de hoje (ontem)", alfinetou.
Sobre a declaração de Farah, Contursi disse: "O Palmeiras está sob o meu comando há sete anos, e sempre encaramos as derrotas com tranquilidade, sem perder o controle. E esse comando se traduziu em meu apoio ao Farah e em diversas outras conquistas, como a da Copa-94 (Contursi chefiou a delegação brasileira)".
Quem ficou mais irritado foi o diretor de futebol palmeirense, Sebastião Lapolla. "Quero que ele fale pessoalmente, na minha cara, que nós não temos comando."
Scolari engrossou as queixas palmeirenses em relação às arbitragens. "Alguns exageros aconteceram em relação ao Palmeiras. O lance do Vampeta (uma entrada violenta do volante corintiano na primeira final) era para expulsão, mas ele não foi expulso. Só que o Cléber foi. A filosofia das arbitragens no Paulista foi: "Na dúvida, nunca para o Palmeiras'", reclamou o treinador palmeirense.
O contrato de Scolari com o Palmeiras se encerrou ontem, mas deverá ser renovado em uma reunião entre Contursi e o diretor da Parmalat para o clube, Paulo Angioni, a ser realizada hoje ou amanhã.
O técnico desprezou propostas mais vantajosas de clubes estrangeiros e se dispôs a continuar no clube sem receber reajuste salarial.
Embora diga que ainda vai esperar uma resposta do Palmeiras, Scolari não esconde que sua permanência é certa.
"Quero começar o trabalho com eles zerados", disse, ao justificar os quatro dias a mais de férias que deu aos atletas. (FV, FM, MS e RBu)




















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