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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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FUTEBOL

Tricolor de resultados

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O São Paulo segue firme na sua nova linha de "futebol de resultados". Ontem, contra o Vitória, em Salvador, o time tricolor, desfalcado de seus principais titulares, teve poucas chances de gol e praticamente nenhum brilho, mas construiu o placar no primeiro tempo e não deu chance de reação ao adversário.
Rojas montou o time da forma mais prudente possível: três zagueiros, três volantes, dois atacantes e nenhum meia -o que não deixa de ser uma ironia para quem sempre contou com uma fartura de jogadores no setor.
Com a ausência de Kaká e Ricardinho, houve uma espécie de mudança do centro de gravidade da equipe, que entretanto continuou ganhando seus pontos.
Resta saber o que vai ocorrer com a volta dos titulares. Mas tudo indica que a consistência defensiva é uma conquista definitiva da inesperada "era Rojas".
 

Sai Liedson (se é que sai mesmo), entra Jamelli. A troca é emblemática. Com o descompasso entre o calendário brasileiro e o da maior parte do mundo, os clubes nacionais perdem jogadores em alta e trazem outros em baixa no mercado internacional.
Uma solução paliativa (enquanto nossos clubes não se tornam economicamente competitivos pelo menos com os da Ucrânia e da Coréia) seria uma mudança radical do calendário para compatibilizá-lo com o da Europa, da Ásia, da Argentina e do México. Ou seja: iniciar o Brasileirão no segundo semestre e deixar o returno para o primeiro semestre do ano seguinte, depois de breves férias. Por que não?
Só espero que a atual turbulência não sirva de argumento para os inimigos do campeonato por pontos corridos em dois turnos.
 

O Vasco salvou a honra carioca ao vencer o Grêmio com uma boa atuação. Além de mais firme na defesa, o time de São Januário contou com um Marcelinho e um Donizete inspirados, sobretudo no primeiro tempo.
 

Kaká voltou finalmente a brilhar na vitória da seleção sub-23 sobre a Colômbia. Foi a primeira performance convincente do Brasil na Copa Ouro. O time ainda precisa evoluir muito. E tem potencial para isso.
 

O Santos goleou o Fluminense mesmo sem suas principais estrelas. E com um golaço de Jerri, o mais novo menino da Vila.
 

Gostei do desfecho da novela Ronaldino-PSG. A meu ver, o Barcelona era uma opção melhor que o Manchester porque: 1) o futebol espanhol dá mais espaço para jogadores talentosos como ele; 2) brilhar no Barça ajudou três brasileiros -Romário, Ronaldo e Rivaldo- a serem eleitos os melhores do mundo; 3) Barcelona é muito mais bonita e interessante que a industrial Manchester, uma espécie de Osasco inglesa.

Gols da rodada
A rodada teve pelo menos dois gols antológicos. O de bicicleta de Aristizábal pelo Cruzeiro, coroando uma bela trama coletiva, e o de Dagoberto pelo Atlético-PR. Neste último, o meia-atacante recolheu a bola em sua própria intermediária e atravessou o campo driblando meio time do Bahia até chegar ao gol. Guardadas as proporções, lembrou Maradona contra a Inglaterra, na Copa-86.

Orquestra desfalcada
Apesar da goleada de ontem, que o manteve na liderança, o Cruzeiro vai sentir muito a falta de Deivid. O atacante, que vai para o Bordeaux, é um dos mais inteligentes e completos do futebol brasileiro e, além de tudo, entendia-se "por música" com Alex, Aristizábal e companhia.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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