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FUTEBOL
Com pouco dinheiro para investir em contratações, clubes preferem optar por manter a base dos Estaduais
Reforços minguam no Brasileiro-98
da Reportagem Local
O torcedor que associa bom futebol à reforços não deve criar
grandes expectativas em relação
ao Campeonato Brasileiro de 98.
A maioria dos 24 clubes que participarão da competição, que começa no próximo sábado, com a
partida Vasco x Corinthians, no
Rio, está apostando na continuidade, mantendo a mesma base dos
campeonatos estaduais e investindo muito pouco em contratações.
O campeão do Brasileiro-97, o
Vasco, não anunciou até agora nenhum reforço para a edição deste
ano da competição.
No ano passado, embora tenha
investido pouco, o time carioca
contratou quatro jogadores às vésperas da estréia.
Exemplo mais significativo ainda é o do Palmeiras, atual vice-campeão, patrocinado pela
multinacional italiana Parmalat.
Clube que mais investiu em contratações para o torneio do ano
passado (veja quadro ao lado),
gastando aproximadamente R$ 22
milhões com oito reforços, este
ano o Palmeiras resumiu a lista a
apenas um jogador, o zagueiro Júnior Baiano, que custou R$ 6,5
milhões à Parmalat.
"Já temos um elenco à altura,
não precisamos contratar. Além
disso, todos os clubes estão contendo despesas, está difícil para
todos", diz o diretor de Futebol do
Palmeiras, Sebastião Lapolla.
"Mas nunca um clube grande
pode dizer que as contratações estão encerradas. Sempre que houver necessidade e oportunidade vamos contratar", afirma Lapolla, lembrando que vários clubes se reforçam no decorrer do torneio.
O dirigente vai buscar do outro
lado do planeta o que avalia ser
uma das causas da situação.
"A dificuldade financeira é
grande no mundo inteiro, haja
vista a crise asiática. Isso afeta até
o futebol", afirmou Lapolla, em
referência à queda das bolsas em
Hong Kong no Japão e na Indonésia.
As equipes com menos recursos
continuam apostando em jogadores pouco conhecidos, revelados
em clubes do interior.
Apesar de ter um contrato de
co-gestão com a Parmalat, o Juventude não terá nehum nome de
impacto para este Brasileiro.
"A política do clube é não trazer
figurões, mas jogadores que
não onerem a folha de pagamento", explica o supervisor de Futebol, Renato Tomasini.
"O mercado brasileiro está muito inflacionado. Parece até que o
país é hexacampeão"
Para completar, dois dos maiores destaques do Brasileiro do ano
passado se transferiram para o exterior.
O atacante Edmundo, que defendeu o Vasco em 97 e foi o artilheiro do torneio (29 gols), foi para a Fiorentina (Itália).
Após seis conturbados meses
meses no clube, Edmundo poderá
voltar à equipe carioca, que está
negociando seu retorno com os
italianos.
Outra "baixa" considerável
foi o meia-atacante Denílson, que
deixou o São Paulo pelo Betis (Espanha).
Alguns jogadores foram contratados como reforço pelo mesmo
clube duas vezes, em 97 e 98.
É o caso do atacante Valdir. Ás
vésperas do Brasileiro-97, foi contratado pelo Atlético-MG ao Benfica (Portugal), embora seu passe
pertencesse ao São Paulo.
No início deste ano, voltou ao
clube paulista, mas, após mais de
quatro meses de negociações, não
conseguiu chegar a um acordo
contratual.
Terminou voltando para o Atlético-MG, que comprou o seu passe
em definitivo e o anunciou como
um dos reforços para o Brasileiro-98.
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