São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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BASQUETE
Seleção perdeu para rivais que tinha ganho em 97 e 98
Ausência na Olimpíada coloca em xeque renovação brasileira

da Reportagem Local

A campanha irregular no Pré-Olímpico das Américas, em Porto Rico, está colocando em dúvida a eficiência da renovação promovida pelo técnico Hélio Rubens na seleção masculina de basquete.
Com duas vitórias e três derrotas até a noite de ontem, quando enfrentaria o "Dream Team" (Time dos Sonhos) dos EUA, o Brasil, depois da vitória da Venezuela sobre o Uruguai, ontem à tarde, ficou oficialmente sem chances de ir aos Jogos de Sydney (Austrália).
A seleção brasileira, após conquistar de forma invicta (seis vitórias) o Sul-Americano, no mês passado, na Argentina, encheu-se de otimismo para o Pré-Olímpico, que só oferece duas vagas para a Olimpíada de Sydney-2000.
Porém, com os jogadores atuando de forma irregular e em boa parte das partidas sem empenho, vibração ou imaginação, a equipe agora encara o fracasso.
Será apenas a segunda vez na história que a seleção brasileira não disputará uma Olimpíada -a primeira foi em Montreal-76.
País de tradição no basquete, o Brasil ganhou medalhas de bronze nas Olimpíadas de Londres-48, Roma-60 e Tóquio-64. Além disso, nunca ficou fora de um Mundial -e já ganhou dois, em 59, no Chile, e em 63, no Brasil.
Ao convocar a seleção há dois meses, o técnico Hélio Rubens afirmou que iniciava uma "renovação", um trabalho a longo prazo visando uma medalha olímpica em Atenas-2004.
Só que a atual seleção se mostrou pior do que a convocada pelo mesmo Hélio Rubens para a Copa América-97, no Uruguai, na qual o Brasil foi terceiro (atrás apenas de EUA e Porto Rico) e se classificou para o Mundial-98.
Naquele torneio, o primeiro de peso após a aposentadoria do cestinha Oscar Schmidt da seleção, o treinador deu o primeiro passo em seu processo de renovação.
E o Brasil teve sucesso contra Venezuela e Canadá. No Mundial-98, bateu Porto Rico.
Agora, essas mesmas três seleções derrotaram os brasileiros neste Pré-Olímpico, o que indica uma regressão da equipe, que conta com a mesma base.
A seleção tem sete atletas (Demétrius, Rato, Caio, Sandro, Vanderley, Rogério e Josuel) que jogaram na Copa América e oito que estiveram no Mundial (Demétrius, Rato, Helinho, Marcelinho, Caio, Sandro, Rogério, Josuel).
Os novatos no grupo, o ala-pivô Aylton Tesch, 24, e os pivôs Luis Fernando, 21, e Michel, 20, pouco jogaram -e quando entraram não estiveram bem. O mesmo grupo disputa o Pan-Americano, a partir do dia 30. (LUÍS CURRO)


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