BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Enviada especial aos Jogos de Atenas, minha prima cretina da ilha de Creta, Strava Gancia, desvendou um mistério. Ao contrário do que se suspeita, os músicos Vangelis e Yannis não são a mesma pessoa.
De onde o nadador Michael Phelps tirou a idéia de divulgar publicamente sua intenção de bater o recorde olímpico de Mark Spitz? A audácia do bofe!
Aos 19 anos e com personalidade de pastel de palmito, o nadador americano deveria ter guardado a aspiração para si.
Mark Spitz ganhou sete ouros e estabeleceu sete recordes na Olimpíada de Munique, em 1972, em uma época em que ninguém rivalizava com ele.
Phelps ambicionou igualar o feito em uma época muito diversa. Nos dias de hoje, como se viu na prova de revezamento 4 x 100 m, nenhum país exerce o domínio avassalador imposto pelos EUA antes, durante e depois da era Spitz.
Por si só, a presença na piscina de Ian Thorpe, o torpedo cor-de-rosa da Austrália, já deveria servir para redimensionar as pretensões de Phelps.
Em galinheiro com mais de um galo, alguém sempre acaba abaixando a crista.


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