São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

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POLÍTICA

Rio-2007 faz agentes da Polícia Federal e da Abin acompanharem o trabalho do maior e mais caro projeto de segurança da história

Arapongas estagiam na Grécia

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma equipe formada por integrantes da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) acompanha, pela primeira vez, os bastidores do forte esquema de segurança implantado em Atenas-2004. O objetivo é fazer um estudo de caso como preparação para o Pan-07, no Rio.
Apesar de o evento ser teoricamente menos suscetível a ataques do que os Jogos, o Co-Rio (Comitê Organizador do Pan) pretende impor a equipes e atletas a mesma rotina vista em Atenas, onde até o Exército grego é usado para acompanhar o deslocamento de algumas delegações.
Os agentes brasileiros compõem uma força-tarefa iniciada em 2002, quando a capital fluminense venceu a disputa pelo Pan.
A fragilidade do Rio no combate à violência foi tida como decisiva para o fracasso da candidatura a sede da Olimpíada-2012. Como o Comitê Olímpico Brasileiro e a Prefeitura do Rio pretendem se candidatar aos Jogos-2016, o êxito no item é considerado chave.
Em Atenas, o Athoc (Comitê Organizador) desembolsou cifra recorde para dar segurança a atletas e torcedores: US$ 1,5 bilhão, cinco vezes o gasto em Sydney-00.
O secretário-geral do COB, Carlos Roberto Osório, e o coordenador de segurança dos Pan-07, general Érico Aragão, desembarcaram em Atenas na segunda para reuniões com forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA).
Pela PF, chefia o grupo o ex-diretor da Divisão de Crimes Institucionais, antigo Dops, José Milton Rodrigues, atual superintendente no Rio de Janeiro. Além dos brasileiros, os chineses, anfitriões dos Jogos-08, também acompanham o esquema de segurança.
Despesas de locomoção e hospedagem dos agentes brasileiros em Atenas, não divulgadas ontem, são pagas pela União.
A força-tarefa brasileira esteve no ano passado nos EUA para intercâmbio de informações. Enquanto o risco de ameaças terroristas norteia o trabalho na Grécia, os agentes brasileiros temem pela violência urbana no Rio, algo que pretendem combater com informações aos atletas.
Um dos principais riscos em análise pelo grupo, segundo apurou a Folha, são os passeios turísticos de atletas após competições.
Devido à irregular geografia carioca, com favelas literalmente depois de uma esquina, os agentes querem evitar que grupos se dispersem pela cidade e eventualmente se vejam em uma ""área proibida" dominada, por exemplo, por traficantes.
Em 2003, após o Pan de Santo Domingo, integrantes do Co-Rio disseram que o Exército seria utilizado em 2007, com soldados à paisana. A declaração aconteceu após o bombardeio à organização na República Dominicana, onde civis entraram armados no principal local de evento.


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