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POLÍTICA
Rio-2007 faz agentes da Polícia Federal e da Abin acompanharem o trabalho do maior e mais caro projeto de segurança da história
Arapongas estagiam na Grécia
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma equipe formada por integrantes da Polícia Federal e da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) acompanha, pela primeira vez, os bastidores do forte esquema de segurança implantado
em Atenas-2004. O objetivo é fazer um estudo de caso como preparação para o Pan-07, no Rio.
Apesar de o evento ser teoricamente menos suscetível a ataques
do que os Jogos, o Co-Rio (Comitê Organizador do Pan) pretende
impor a equipes e atletas a mesma
rotina vista em Atenas, onde até o
Exército grego é usado para
acompanhar o deslocamento de
algumas delegações.
Os agentes brasileiros compõem uma força-tarefa iniciada
em 2002, quando a capital fluminense venceu a disputa pelo Pan.
A fragilidade do Rio no combate
à violência foi tida como decisiva
para o fracasso da candidatura a
sede da Olimpíada-2012. Como o
Comitê Olímpico Brasileiro e a
Prefeitura do Rio pretendem se
candidatar aos Jogos-2016, o êxito
no item é considerado chave.
Em Atenas, o Athoc (Comitê
Organizador) desembolsou cifra
recorde para dar segurança a atletas e torcedores: US$ 1,5 bilhão,
cinco vezes o gasto em Sydney-00.
O secretário-geral do COB, Carlos Roberto Osório, e o coordenador de segurança dos Pan-07, general Érico Aragão, desembarcaram em Atenas na segunda para
reuniões com forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA).
Pela PF, chefia o grupo o ex-diretor da Divisão de Crimes Institucionais, antigo Dops, José Milton Rodrigues, atual superintendente no Rio de Janeiro. Além dos
brasileiros, os chineses, anfitriões
dos Jogos-08, também acompanham o esquema de segurança.
Despesas de locomoção e hospedagem dos agentes brasileiros
em Atenas, não divulgadas ontem, são pagas pela União.
A força-tarefa brasileira esteve
no ano passado nos EUA para intercâmbio de informações. Enquanto o risco de ameaças terroristas norteia o trabalho na Grécia, os agentes brasileiros temem
pela violência urbana no Rio, algo
que pretendem combater com informações aos atletas.
Um dos principais riscos em
análise pelo grupo, segundo apurou a Folha, são os passeios turísticos de atletas após competições.
Devido à irregular geografia carioca, com favelas literalmente
depois de uma esquina, os agentes querem evitar que grupos se
dispersem pela cidade e eventualmente se vejam em uma ""área
proibida" dominada, por exemplo, por traficantes.
Em 2003, após o Pan de Santo
Domingo, integrantes do Co-Rio
disseram que o Exército seria utilizado em 2007, com soldados à
paisana. A declaração aconteceu
após o bombardeio à organização
na República Dominicana, onde
civis entraram armados no principal local de evento.
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