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MOTOCICLISMO
Prefeitura não manifesta interesse para federação internacional, e África do Sul deve herdar prova em 2005
Rio perde GP, e país fica fora do calendário
TATIANA CUNHA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio de Janeiro não irá receber
o GP de MotoGP no ano que vem.
E não deverá mais abrigar uma
etapa da principal categoria do
motociclismo mundial pelo menos nos próximos cinco anos.
A Federação Internacional de
Motociclismo divulgou ontem o
calendário provisório para 2005, e
o Brasil aparece com a África do
Sul no dia 17 de abril, com a ressalva de que ainda não foi definido qual dos dois receberá a prova.
Procurado pela Folha, Moacir
Galo, organizador do GP Brasil,
foi categórico. "Falei com os representantes da federação hoje
[ontem], e o Rio está fora do calendário no ano que vem", disse.
Na verdade é mais do que isso.
Como a pista carioca é a única do
país habilitada pela FIM a receber
corridas de moto, o Brasil não terá
uma etapa do Mundial.
Fiscais da federação já estiveram em Interlagos, mas acharam
a pista muito perigosa para o motociclismo. Uma série de adaptações teriam que ser feitas no autódromo paulistano, o que não interessa à Prefeitura de São Paulo,
cujo carro-chefe é o GP de F-1.
Segundo a organização do GP
carioca, o cancelamento aconteceu porque a Prefeitura do Rio tinha até o último dia 15 de agosto
para enviar uma carta de intenção
à federação, o que não foi feito.
"A prefeitura não se manifestou. Simplesmente ignorou o prazo", disse Galo. "Não existe impedimento legal nenhum para assinar uma carta de intenções."
De acordo com o prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), que tenta a
reeleição, o motivo foi outro. "A
Lei de Responsabilidade Fiscal
não me permite assinar nada até
as eleições", disse à Folha.
Pela lei, a prefeitura não pode
assinar contratos que deixem dívidas para o governo seguinte. E,
caso o faça, tem que deixar o dinheiro em caixa ou realizar o pagamento durante sua gestão.
Assim como acontece na F-1,
existe uma lista de países que esperam para abrigar etapas do
Mundial. Com a desistência do
Brasil, o país dificilmente voltará a
ter um GP em menos de cinco
anos, já que a maioria dos contratos é assinado por esse período.
Em 2005, países já emergentes
no mercado do automobilismo,
como China, Qatar e EUA, terão
GPs de moto -o campeonato, de
17 etapas, está previsto para começar no dia 10 de abril, em Jerez,
e terminar no dia 6 de novembro,
em Valencia, ambos na Espanha.
No próximo dia 4, Galo vai participar de uma reunião da federação internacional em Estoril, mas
nenhuma mudança deve ser feita
no calendário divulgado ontem.
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