São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MOTOCICLISMO

Prefeitura não manifesta interesse para federação internacional, e África do Sul deve herdar prova em 2005

Rio perde GP, e país fica fora do calendário

TATIANA CUNHA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Rio de Janeiro não irá receber o GP de MotoGP no ano que vem. E não deverá mais abrigar uma etapa da principal categoria do motociclismo mundial pelo menos nos próximos cinco anos.
A Federação Internacional de Motociclismo divulgou ontem o calendário provisório para 2005, e o Brasil aparece com a África do Sul no dia 17 de abril, com a ressalva de que ainda não foi definido qual dos dois receberá a prova.
Procurado pela Folha, Moacir Galo, organizador do GP Brasil, foi categórico. "Falei com os representantes da federação hoje [ontem], e o Rio está fora do calendário no ano que vem", disse.
Na verdade é mais do que isso. Como a pista carioca é a única do país habilitada pela FIM a receber corridas de moto, o Brasil não terá uma etapa do Mundial.
Fiscais da federação já estiveram em Interlagos, mas acharam a pista muito perigosa para o motociclismo. Uma série de adaptações teriam que ser feitas no autódromo paulistano, o que não interessa à Prefeitura de São Paulo, cujo carro-chefe é o GP de F-1.
Segundo a organização do GP carioca, o cancelamento aconteceu porque a Prefeitura do Rio tinha até o último dia 15 de agosto para enviar uma carta de intenção à federação, o que não foi feito.
"A prefeitura não se manifestou. Simplesmente ignorou o prazo", disse Galo. "Não existe impedimento legal nenhum para assinar uma carta de intenções."
De acordo com o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que tenta a reeleição, o motivo foi outro. "A Lei de Responsabilidade Fiscal não me permite assinar nada até as eleições", disse à Folha.
Pela lei, a prefeitura não pode assinar contratos que deixem dívidas para o governo seguinte. E, caso o faça, tem que deixar o dinheiro em caixa ou realizar o pagamento durante sua gestão.
Assim como acontece na F-1, existe uma lista de países que esperam para abrigar etapas do Mundial. Com a desistência do Brasil, o país dificilmente voltará a ter um GP em menos de cinco anos, já que a maioria dos contratos é assinado por esse período.
Em 2005, países já emergentes no mercado do automobilismo, como China, Qatar e EUA, terão GPs de moto -o campeonato, de 17 etapas, está previsto para começar no dia 10 de abril, em Jerez, e terminar no dia 6 de novembro, em Valencia, ambos na Espanha.
No próximo dia 4, Galo vai participar de uma reunião da federação internacional em Estoril, mas nenhuma mudança deve ser feita no calendário divulgado ontem.


Texto Anterior: Luis Fabiano só volta a atuar pela seleção
Próximo Texto: Futebol: Times de SC viram só "coelhos" no Nacional
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.