São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2006

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Santos vê fim de embalo e série invicta na Vila

Diante do Vasco, equipe é derrotada pela 1ª vez no estádio em 2006, cai na tabela e se distancia do líder São Paulo

Santos 0
Vasco 2

DA REPORTAGEM LOCAL

Até o jogo de ontem, o Santos tinha obtido 93% dos pontos que disputou na Vila Belmiro, onde estava invicto há dez meses - a última derrota foi em outubro de 2005. Mas as falhas da defesa resultaram na primeira derrota santista no ano no estádio, diante do Vasco.
O tropeço derrubou o time santista na tabela: caiu da segunda para a terceira posição, superado pelo Paraná. Pior: viu o líder São Paulo se distanciar com 34 pontos, contra 31 pontos do time do litoral. E o rival tem um jogo a menos.
Só mesmo em lapsos das defesas para saírem gols, já que ambos os times mostraram incompetência para criar jogadas de perigo à meta adversária.
Isso foi mais perceptível no time santista. Com a obrigação de atacar, o Santos teve mais posse de bola: deu 308 passes, contra 225 do Vasco. E até teve melhor aproveitamento neste fundamento: 81,2%, contra 72% do adversário.
No entanto, se tocava bastante a bola, o Santos não conseguia entrar na área rival em boas condições de finalizar. Tanto que, das 14 conclusões da equipe, só houve acerto em 22,2%, nenhuma com real perigo para o goleiro Cássio.
Sem conseguir entrar na área, os santistas apelaram aos cruzamentos - foram 39 durante o jogo - e aos chutes de longe. Só que menos de um quinto das bolas na área acabou tendo endereço certo.
Do outro lado, o Vasco entrou em campo para se defender. Tinha uma formação com três zagueiros, dois volantes e apenas um atacante, Jean.
Como conseqüência, o time carioca teve poucas chances de gol -só concluiu nove vezes. E deu apenas nove cruzamentos na área dos mandantes.
Apesar da pequena produção, o Vasco foi tão ineficiente quanto o adversário. Foram só 22,2% de acertos na finalização e 11,1% nas bolas aéreas.
Os dois times ainda se igualaram ao truncar o jogo, com 25 faltas cada um.
Neste cenário, o jogo tinha cara de 0 a 0 desde o início.
Após o intervalo, não havia alteração no panorama do jogo. Mas um lance inusitado mudou o rumo da partida.
Aos 17min do segundo tempo, Abedi tentou um toque para trás, mas a bola bateu em um defensor e voltou para ele dentro da área. O atacante dominou e chutou no canto, sem defesa para Fábio Costa.
Se já tinha postura defensiva até então, só com Jean correndo na frente, o Vasco se fechou ainda mais em seu campo. Tanto que foi o time que mais desarmou no jogo, 164 contra 156 do Santos. Mas, em 46,3% das vezes, devolvia a bola para os adversários.
"O Vasco não quis jogo desde o início do primeiro tempo. Ficou bem claro que o Vasco queria o antijogo. Se uma equipe está preocupada com o antijogo, cabe ao árbitro coibir", reclamou o técnico santista Vanderlei Luxemburgo.
Mas, se queria jogo, o Santos não soube aproveitar seu domínio. Nem Tabata e Tiuí, que entraram no segundo tempo, melhoraram o rendimento do setor ofensivo da equipe.
Mais uma vez, em lance isolado, o Vasco chegou ao segundo gol. Aos 34min, Wagner Diniz entrou pela direita na área e foi derrubado por Kléber. Morais cobrou o pênalti com força e aumentou a vantagem.
Por duas vezes, Wellington Paulista teve a oportunidade de marcar na área, no alto e pelo chão, mas desperdiçou.
A falta de competência santista permitiu ao Vasco manter seu título de carrasco da Vila Belmiro. No ano passado, o time carioca ganhou por 3 a 2, também com Renato Gaúcho no comando do time.
O Santos volta a jogar pelo Brasileiro, na quarta-feira, contra o Santa Cruz, no Recife.


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