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Santos vê fim de embalo e série invicta na Vila
Diante do Vasco, equipe é derrotada pela 1ª vez no estádio em 2006, cai na tabela e se distancia do líder São Paulo
Santos 0
Vasco 2
DA REPORTAGEM LOCAL
Até o jogo de ontem, o Santos
tinha obtido 93% dos pontos
que disputou na Vila Belmiro,
onde estava invicto há dez meses - a última derrota foi em
outubro de 2005. Mas as falhas
da defesa resultaram na primeira derrota santista no ano
no estádio, diante do Vasco.
O tropeço derrubou o time
santista na tabela: caiu da segunda para a terceira posição,
superado pelo Paraná. Pior: viu
o líder São Paulo se distanciar
com 34 pontos, contra 31 pontos do time do litoral. E o rival
tem um jogo a menos.
Só mesmo em lapsos das defesas para saírem gols, já que
ambos os times mostraram incompetência para criar jogadas
de perigo à meta adversária.
Isso foi mais perceptível no
time santista. Com a obrigação
de atacar, o Santos teve mais
posse de bola: deu 308 passes,
contra 225 do Vasco. E até teve
melhor aproveitamento neste
fundamento: 81,2%, contra
72% do adversário.
No entanto, se tocava bastante a bola, o Santos não conseguia entrar na área rival em
boas condições de finalizar.
Tanto que, das 14 conclusões da
equipe, só houve acerto em
22,2%, nenhuma com real perigo para o goleiro Cássio.
Sem conseguir entrar na
área, os santistas apelaram aos
cruzamentos - foram 39 durante o jogo - e aos chutes de
longe. Só que menos de um
quinto das bolas na área acabou
tendo endereço certo.
Do outro lado, o Vasco entrou em campo para se defender. Tinha uma formação com
três zagueiros, dois volantes e
apenas um atacante, Jean.
Como conseqüência, o time
carioca teve poucas chances de
gol -só concluiu nove vezes. E
deu apenas nove cruzamentos
na área dos mandantes.
Apesar da pequena produção, o Vasco foi tão ineficiente
quanto o adversário. Foram só
22,2% de acertos na finalização
e 11,1% nas bolas aéreas.
Os dois times ainda se igualaram ao truncar o jogo, com 25
faltas cada um.
Neste cenário, o jogo tinha
cara de 0 a 0 desde o início.
Após o intervalo, não havia
alteração no panorama do jogo.
Mas um lance inusitado mudou
o rumo da partida.
Aos 17min do segundo tempo, Abedi tentou um toque para
trás, mas a bola bateu em um
defensor e voltou para ele dentro da área. O atacante dominou e chutou no canto, sem defesa para Fábio Costa.
Se já tinha postura defensiva
até então, só com Jean correndo na frente, o Vasco se fechou
ainda mais em seu campo. Tanto que foi o time que mais desarmou no jogo, 164 contra 156
do Santos. Mas, em 46,3% das
vezes, devolvia a bola para os
adversários.
"O Vasco não quis jogo desde
o início do primeiro tempo. Ficou bem claro que o Vasco queria o antijogo. Se uma equipe
está preocupada com o antijogo, cabe ao árbitro coibir", reclamou o técnico santista Vanderlei Luxemburgo.
Mas, se queria jogo, o Santos
não soube aproveitar seu domínio. Nem Tabata e Tiuí, que entraram no segundo tempo, melhoraram o rendimento do setor ofensivo da equipe.
Mais uma vez, em lance isolado, o Vasco chegou ao segundo
gol. Aos 34min, Wagner Diniz
entrou pela direita na área e foi
derrubado por Kléber. Morais
cobrou o pênalti com força e
aumentou a vantagem.
Por duas vezes, Wellington
Paulista teve a oportunidade de
marcar na área, no alto e pelo
chão, mas desperdiçou.
A falta de competência santista permitiu ao Vasco manter
seu título de carrasco da Vila
Belmiro. No ano passado, o time carioca ganhou por 3 a 2,
também com Renato Gaúcho
no comando do time.
O Santos volta a jogar pelo
Brasileiro, na quarta-feira, contra o Santa Cruz, no Recife.
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