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Brasil escorrega e pode perder Ibirapuera
DA REPORTAGEM LOCAL
Os problemas com as goteiras no Ibirapuera podem obrigar a organização do Mundial a
passar por vexame inédito.
Segundo documento oficial
da federação internacional, repassado às delegações e ao qual
a Folha teve acesso, "o comitê
técnico do campeonato decidiu
que, se houver condições de jogo insatisfatórias ou perigosas,
as partidas podem ser remarcadas e, se necessário, mudadas para local alternativo".
O texto foi elaborado após
reunião de dirigentes da federação com Gerasime Bozikis,
presidente da CBB, e Antônio
Carlos Pereira, da Secretaria de
Estado da Juventude.
A Fiba deu ultimato até as
12h de hoje para que a organização resolva os problemas.
Os reparos feitos anteontem
na cúpula com sprays de borracha, que custaram R$ 174 mil
aos cofres públicos, não evitaram vazamentos. Ontem, devido à chuva, houve goteiras em
quatro pontos da quadra.
Durante Rússia x Espanha,
houve dois incidentes. A primeira a cair foi a espanhola
Laia Palau, que quase se machucou. A segunda foi a russa
Tatiana Shchegoleva, que escorregou ao festejar uma cesta.
"Um Mundial não pode ocorrer em local sem proteção. É
perigoso para as atletas e pode
afetar o resultado. Basquete
não é como futebol, que pode
ocorrer sob chuva", criticou o
técnico russo Igor Grudin.
Os voluntários se esforçavam
para secar o piso nos intervalos. Mas haveria novas vítimas.
No aquecimento para Brasil x
República Tcheca, Mokrosova
foi a primeira a desabar. Durante o jogo, foi a vez de Vesela.
Para o presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, presente ontem
no ginásio, o problema no Ibirapuera remete aos anos 70.
"Convivi com isso quando
era presidente da Confederação Brasileira de Vôlei. É um
problema de difícil solução",
falou, ressaltando que o ginásio
precisa se "atualizar".
Enquanto a modernização
não vem, o problema pode se
repetir hoje, nas semifinais. Está prevista chuva em São Paulo.
O problema ontem não foi só
esse. O cronômetro falhou
num lance do Brasil, parando
nos 21 segundos. Já o marcador
de tempo rodou sete segundos
enquanto Adrianinha arrumava o tênis, antes do último ataque no primeiro tempo. E o
Brasil teve só cinco segundos
para fazer o lance.
(ALF, EA E MB)
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