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São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2003

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BOXE

OMB

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Organização Mundial de Boxe, entidade pela qual Popó conquistou seu primeiro cinturão, completou 15 anos.
É um bom momento para fazer um balanço de suas atividades.
Em 4 de novembro de 1988, a OMB coroou o seu primeiro campeão. Foi Thomas "Hit Man" Hearns, na categoria dos supermédios, em Las Vegas (EUA).
No mês seguinte, também ganharam cinturões de campeões da OMB o (então) meio-pesado Michael Moorer e o (então) médio-ligeiro John David Jackson.
A história desse combate de Moorer, aliás, é divertida. É que àquela época a OMB tinha tão pouca importância que, apesar de o combate ter sido televisionado, somente após a luta o treinador de Moorer, Emanuel Stward, se lembrou de informar que se tratava de disputa do título da OMB.
Outra historinha engraçada da OMB em seu início: ter ranqueado o mesmo sujeito duas vezes na mesma categoria de peso. Divertido seria quando esse pugilista fosse elevado a primeiro e a segundo do ranking e imaginar como seria o combate eliminatório entre ele e ele mesmo (soou confuso?).
Mesmo com essas (e outras) gafes -ter ranqueado um morto e dado o cinturão ao perdedor de um combate, por exemplo-, com o tempo a OMB fez outras entidades menores comerem poeira, como a Federação Mundial de Boxe (pela qual Maguila foi campeão).
E a OMB revelou pugilistas de peso, como o próprio Moorer, Marco Antonio Barrera, Naseem Hamed e Popó, entre outros.
Outro ponto positivo da OMB: seu presidente, Francisco Valcarcel, é dinâmico e bem acessível.
Dito isso, gostaria de relatar duas passagens que, embora pessoais, revelam um pouco dos bastidores da organização, a quarta em ordem de importância.
A primeira foi quando fui à convenção da OMB de 1999.
Enquanto assistia a uma das reuniões, fui chamado para fora do salão por um tipo bastante forte. De modo truculento, ele imediatamente expôs o motivo. Disse que eu estava banido da convenção e que, se não parasse de escrever "coisas ruins sobre a OMB", eles proibiriam Popó (que estava na convenção) de falar comigo.
Respondi que iria embora, desde que a OMB devolvesse a taxa que eu havia pago para participar da convenção -acredito que era um pouco mais de US$ 100.
Ele ficou bastante nervoso, esperneou, mas não me devolveu o dinheiro. E eu não fui embora.
Um segundo episódio envolve um dirigente da OMB, Ricardo Rizzo, comissário internacional.
Irritado por eu ter questionado a forma como os rankings são produzidos e levantado irregularidades, toda vez que me vê, mesmo que seja em eventos que nada têm a ver com a OMB, Rizzo, um senhor de uns 50 anos, faz escândalo: "Olha lá, aquele é o cara que não gosta da OMB". É, o comportamento digno de um dirigente...
Quem acha que estou pegando no pé da OMB (que não é reconhecida pela "The Ring"), não precisa me lembrar do "engano" do CMB em seu ranking, que culminou em sua concordata, ou que a FIB teve o presidente acusado de corrupção e banido do boxe.

Amanhã
A ESPN Brasil transmite amanhã, a partir das 23h30, o programa "Bola da Vez" com o ex-bicampeão dos pesos-pesados George Foreman. Na sequência, será exibido um teipe de sua mais famosa luta, quando foi derrotado por Muhammad Ali na "Briga na Selva".

Depois
A principal preliminar do desafio de Popó ao campeão dos leves da OMB, Artur Grigorian, em 3 de janeiro será uma luta entre J.C. Candelo (26 vitórias, 5 derrotas e 3 empates) e Kassim "The Dream" Ouma (18 vitórias, 1 derrota, 1 empate e 1 luta sem resultado). Trata-se de eliminatória pelo título dos médios-ligeiros da Federação Internacional de Boxe. O local do combate ainda não foi anunciado, embora estejam na disputa o Foxwoods Casino, em Connecticut, e Miami.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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