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BOXE
OMB
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Organização Mundial
de Boxe, entidade pela qual
Popó conquistou seu primeiro
cinturão, completou 15 anos.
É um bom momento para fazer
um balanço de suas atividades.
Em 4 de novembro de 1988, a
OMB coroou o seu primeiro campeão. Foi Thomas "Hit Man"
Hearns, na categoria dos supermédios, em Las Vegas (EUA).
No mês seguinte, também ganharam cinturões de campeões
da OMB o (então) meio-pesado
Michael Moorer e o (então) médio-ligeiro John David Jackson.
A história desse combate de
Moorer, aliás, é divertida. É que
àquela época a OMB tinha tão
pouca importância que, apesar de
o combate ter sido televisionado,
somente após a luta o treinador
de Moorer, Emanuel Stward, se
lembrou de informar que se tratava de disputa do título da OMB.
Outra historinha engraçada da
OMB em seu início: ter ranqueado o mesmo sujeito duas vezes na
mesma categoria de peso. Divertido seria quando esse pugilista fosse elevado a primeiro e a segundo
do ranking e imaginar como seria
o combate eliminatório entre ele e
ele mesmo (soou confuso?).
Mesmo com essas (e outras) gafes -ter ranqueado um morto e
dado o cinturão ao perdedor de
um combate, por exemplo-, com
o tempo a OMB fez outras entidades menores comerem poeira, como a Federação Mundial de Boxe
(pela qual Maguila foi campeão).
E a OMB revelou pugilistas de
peso, como o próprio Moorer,
Marco Antonio Barrera, Naseem
Hamed e Popó, entre outros.
Outro ponto positivo da OMB:
seu presidente, Francisco Valcarcel, é dinâmico e bem acessível.
Dito isso, gostaria de relatar
duas passagens que, embora pessoais, revelam um pouco dos bastidores da organização, a quarta
em ordem de importância.
A primeira foi quando fui à
convenção da OMB de 1999.
Enquanto assistia a uma das
reuniões, fui chamado para fora
do salão por um tipo bastante forte. De modo truculento, ele imediatamente expôs o motivo. Disse
que eu estava banido da convenção e que, se não parasse de escrever "coisas ruins sobre a OMB",
eles proibiriam Popó (que estava
na convenção) de falar comigo.
Respondi que iria embora, desde que a OMB devolvesse a taxa
que eu havia pago para participar da convenção -acredito que
era um pouco mais de US$ 100.
Ele ficou bastante nervoso, esperneou, mas não me devolveu o
dinheiro. E eu não fui embora.
Um segundo episódio envolve
um dirigente da OMB, Ricardo
Rizzo, comissário internacional.
Irritado por eu ter questionado
a forma como os rankings são
produzidos e levantado irregularidades, toda vez que me vê, mesmo que seja em eventos que nada
têm a ver com a OMB, Rizzo, um
senhor de uns 50 anos, faz escândalo: "Olha lá, aquele é o cara que
não gosta da OMB". É, o comportamento digno de um dirigente...
Quem acha que estou pegando
no pé da OMB (que não é reconhecida pela "The Ring"), não
precisa me lembrar do "engano"
do CMB em seu ranking, que culminou em sua concordata, ou que
a FIB teve o presidente acusado
de corrupção e banido do boxe.
Amanhã
A ESPN Brasil transmite amanhã, a partir das 23h30, o programa
"Bola da Vez" com o ex-bicampeão dos pesos-pesados George Foreman. Na sequência, será exibido um teipe de sua mais famosa luta,
quando foi derrotado por Muhammad Ali na "Briga na Selva".
Depois
A principal preliminar do desafio de Popó ao campeão dos leves da
OMB, Artur Grigorian, em 3 de janeiro será uma luta entre J.C. Candelo (26 vitórias, 5 derrotas e 3 empates) e Kassim "The Dream" Ouma (18 vitórias, 1 derrota, 1 empate e 1 luta sem resultado). Trata-se
de eliminatória pelo título dos médios-ligeiros da Federação Internacional de Boxe. O local do combate ainda não foi anunciado, embora
estejam na disputa o Foxwoods Casino, em Connecticut, e Miami.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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