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VÔLEI
A força do grupo
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A seleção brasileira feminina termina a temporada
com uma campanha surpreendente: seis títulos em seis torneios
disputados. O último foi o da Copa dos Campeões, no Japão. O time, que em um ano mudou praticamente todas as atletas, perdeu
algumas estrelas, mas ganhou um
grupo forte e uma filosofia.
Antes do jogo de sábado contra
os EUA, decisivo para o título da
Copa dos Campeões, o técnico José Roberto Guimarães resumiu os
princípios que orientam as atletas
da seleção: "Elas sabem que o êxito tem um preço e que para alcançá-lo será preciso buscar algo acima do limite de cada uma".
O técnico quer jogadoras dispostas a colocar o vôlei e a trajetória até o ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, como prioridades
em suas vidas. Quem não se encaixa, está fora. E, apesar da
grande renovação, o time não
caiu de rendimento. Conseguiu
dois grandes títulos: o Grand Prix
e a Copa dos Campeões.
Do atual time, só três disputaram os Jogos de Atenas: Valeskinha, Fabiana e Sassá. A seleção
não tem Fofão, Fernanda Venturini, Virna, Érika e jogou torneios, como a Copa dos Campeões, sem atletas da nova geração como Paula Pequeno, grávida, e Mari, que está se recuperando de uma cirurgia no ombro.
O time foi campeão agora no
Japão com duas reservas na ponta de rede sem experiência em seleção adulta: Natália, 16 anos, e
Fernanda Berti, 21. Sassá, que
também era reserva, assumiu a
posição de Paula Pequeno e foi
decisiva para a seleção com um
saque poderoso, que destruiu as
recepções adversárias.
Na Copa dos Campeões, outros
dois destaques foram a oposto
Sheila e a central Carol Gattaz.
Sheila mostrou muita eficiência
no ataque. Carol, até então reserva, entrou no jogo contra a China, montou um paredão na rede,
ajudou na virada para a vitória
por 3 a 2 e não saiu mais do time.
Valeskinha, 1,80 m, capitã e até
então titular absoluta, virou banco. E o Brasil ficou com duas torres no meio de rede: Carol, 1,91 m,
e Fabiana, 1,93 m. O certo é que
na atual seleção ninguém tem posição muito garantida. Há um
grande rodízio entre as jogadoras. E quem entra agarra com determinação a chance.
Ok, os tempos no vôlei hoje também são outros. Nos anos 90, Cuba -com Mireya Luis, Regla
Torres e companhia- era uma
seleção sem adversários. A luta
era pela prata, porque o ouro era
das cubanas. Elas venceram três
Olimpíadas (1992, 1996 e 2000) e
dois Mundiais (1994 e 1998).
Hoje, a diferença técnica não é
tanta. A China, campeã olímpica,
e a Itália, campeã mundial, tropeçam. A Itália é muito irregular:
perdeu o título europeu para a
Polônia e nem foi para a Copa
dos Campeões. A China é o adversário a ser estudado e os EUA devem crescer muito até Pequim.
Mas o Brasil, com Zé Roberto,
está formando um grupo que tem
tudo para chegar ao ouro olímpico em 2008. O que mais impressiona nessa equipe é a persistência. É um time que não desiste do
jogo, busca a vitória até o fim e,
melhor do que tudo, não depende
de nenhuma estrela.
Sem descanso
O técnico Zé Roberto desembarca amanhã de manhã, em São Paulo,
com a seleção, mas não vai ter tempo para descansar. À noite, já vai
estar no banco para comandar o time da Unisul/Barueri, contra o Pinheiros-Minas, na segunda partida da série de três da decisão do
Campeonato Paulista. No primeiro confronto, disputado no sábado,
o time de Barueri venceu o Pinheiros por 3 sets a 1.
Rivalidade
A seleção brasileira masculina estréia na madrugada desta terça-feira
na Copa dos Campeões logo contra um adversário que está atravessado: os Estados Unidos. O clima de rivalidade surgiu depois da surpreendente vitória dos americanos sobre o Brasil na decisão da Copa
América, em agosto, em São Leopoldo (RS).
E-mail cidasan@uol.com.br
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