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BASQUETE NO MUNDO
Arpoador
MELCHIADES FILHO
A princípio, pretendia comentar a fantástica conquista de Oscar no Rio. Mas este espaço já
abordou várias vezes as conquistas do cestinha. E, pelo jeito,
uma vez que a pontaria e a estamina dele não arrefecem, terei
outras chances para fazê-lo.
Por isso, em vez de analisar o
título estadual do Flamengo, a
coluna vai repercutir hoje uma
discussão que não chegou a decolar do Maracanãzinho.
Trata-se do diagnóstico apaixonado, mas ao mesmo tempo
sereno, que o técnico Emmanuel
Bonfim traçou tão logo seu Botafogo deixou o ginásio, na sexta-feira, como vice-campeão.
Em conversa com o repórter
Luís Curro, desta Folha, Bonfim
disse que a classificação de sua
equipe para a decisão representou bem mais do que o sucesso
de um simpático azarão.
Na avaliação dele, o Botafogo
"salvou" o basquete do Estado.
"Foi essencial para valorizar
os jogadores daqui. A importação maciça desestimulou muitos
times a disputar", declarou, lamentando o trauma provocado
pela criação, artificial e atabalhoada, dos supertimes cariocas.
Só para lembrar, o Flamengo
contratou a base inteirinha do
Barueri, campeão paulista em
1998, e o Vasco reforçou-se com
o quinteto titular do Franca,
campeão brasileiro em 1999.
O Botafogo, por sua vez, apostou e chegou à final com atletas
formados no Rio de Janeiro -o
único "estrangeiro" se contundiu e não disputou a decisão.
Já havia se falado dos efeitos
nefastos da cirurgia carioca sobre o basquete de São Paulo
-ela desestabilizou o torneio e
alienou os torcedores do maior
centro do esporte no Brasil (não
é bairrismo, mas estratégia).
Mas pela primeira vez uma
pessoa pública, e ademais envolvida com a competição, teve a
coragem de levantar os riscos da
operação no próprio Rio.
Enquanto não fixar raízes e se
não se comprometer com a formação de jogadores, o Estadual
fluminense é, mais que tudo, um
show arrivista de globetrotters.
NOTAS
Estadual 1
No momento em que o Estadual de São Paulo pegava fogo,
já na fase dos mata-matas, o
Vasco carioca repassou para a
filial paulista o técnico Flor Melendez e o pivô Vargas. Embora
dentro da lei, a manobra desmoralizou ainda mais o torneio
e provou que a conexão Rio-SP
precisa ser monitorada. Bem
feito que fracassou -os vascaínos foram eliminados sábado.
Estadual 2
Mas não é que logo agora,
quando o Paulista crescia, definidos os semifinalistas, pimba!,
são anunciadas férias coletivas
de três semanas? O torneio volta no dia 9, com os jogadores
entupidos de peru e farofa.
Estadual 3
Passados três meses da contratação, o Osasco não providenciou uma camiseta para Nina Bjedov. A pivô iugoslava segue com o nome de Ruth, a
quem substituiu, às costas.
E-mail melk@uol.com.br
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