São Paulo, Terça-feira, 21 de Dezembro de 1999


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BASQUETE NO MUNDO
Arpoador

MELCHIADES FILHO

A princípio, pretendia comentar a fantástica conquista de Oscar no Rio. Mas este espaço já abordou várias vezes as conquistas do cestinha. E, pelo jeito, uma vez que a pontaria e a estamina dele não arrefecem, terei outras chances para fazê-lo.
Por isso, em vez de analisar o título estadual do Flamengo, a coluna vai repercutir hoje uma discussão que não chegou a decolar do Maracanãzinho.
Trata-se do diagnóstico apaixonado, mas ao mesmo tempo sereno, que o técnico Emmanuel Bonfim traçou tão logo seu Botafogo deixou o ginásio, na sexta-feira, como vice-campeão.
Em conversa com o repórter Luís Curro, desta Folha, Bonfim disse que a classificação de sua equipe para a decisão representou bem mais do que o sucesso de um simpático azarão.
Na avaliação dele, o Botafogo "salvou" o basquete do Estado.
"Foi essencial para valorizar os jogadores daqui. A importação maciça desestimulou muitos times a disputar", declarou, lamentando o trauma provocado pela criação, artificial e atabalhoada, dos supertimes cariocas.
Só para lembrar, o Flamengo contratou a base inteirinha do Barueri, campeão paulista em 1998, e o Vasco reforçou-se com o quinteto titular do Franca, campeão brasileiro em 1999.
O Botafogo, por sua vez, apostou e chegou à final com atletas formados no Rio de Janeiro -o único "estrangeiro" se contundiu e não disputou a decisão.
Já havia se falado dos efeitos nefastos da cirurgia carioca sobre o basquete de São Paulo -ela desestabilizou o torneio e alienou os torcedores do maior centro do esporte no Brasil (não é bairrismo, mas estratégia).
Mas pela primeira vez uma pessoa pública, e ademais envolvida com a competição, teve a coragem de levantar os riscos da operação no próprio Rio.
Enquanto não fixar raízes e se não se comprometer com a formação de jogadores, o Estadual fluminense é, mais que tudo, um show arrivista de globetrotters.

NOTAS

Estadual 1
No momento em que o Estadual de São Paulo pegava fogo, já na fase dos mata-matas, o Vasco carioca repassou para a filial paulista o técnico Flor Melendez e o pivô Vargas. Embora dentro da lei, a manobra desmoralizou ainda mais o torneio e provou que a conexão Rio-SP precisa ser monitorada. Bem feito que fracassou -os vascaínos foram eliminados sábado.

Estadual 2
Mas não é que logo agora, quando o Paulista crescia, definidos os semifinalistas, pimba!, são anunciadas férias coletivas de três semanas? O torneio volta no dia 9, com os jogadores entupidos de peru e farofa.

Estadual 3
Passados três meses da contratação, o Osasco não providenciou uma camiseta para Nina Bjedov. A pivô iugoslava segue com o nome de Ruth, a quem substituiu, às costas.

E-mail melk@uol.com.br


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